A FIGURA: Nani
Foi um dos mais inconformados do Sporting ao longo dos 90 minutos. Pôs várias vezes em sentido a defesa bracarense com boas diagonais e cruzamentos venenosos. Com um pormenor técnico delicioso, tentou arrancar o segundo amarelo a Baiano, mas Marco Ferreira achou que a infração do lateral brasileiro não o justificou. Teve menos bola na etapa complementar, mas algumas das mais perigosas movimentações ofensivas dos leões continuaram a passar pelos pés dele. Esteve perto do golo aos 60’ com um cruzamento/remate. Mais alguns cruzamentos perigosos à procura da cabeça de Slimani. Na primeira parte do prolongamento, quase levou os adeptos leoninos à loucura, com um remate cruzado que passou muito perto do poste esquerdo da baliza de Kritciuk. Terá cumprido o último jogo ao serviço do Sporting antes do regresso ao Manchester United. Despediu-se, tal como em 2007, com a Taça de Portugal no currículo. Vai fazer falta.

POSITIVO: reação do Sporting às adversidades
A taça parecia estar no papo para os bracarenses. Cédric expulso e 2-0 a poucos minutos do fim, com os adeptos leoninos a abandonarem o Jamor. Em campo, a equipa de Marco Silva nunca desistiu, sendo, mesmo em inferioridade numérica, quase sempre a equipa mais perigosa em campo. Slimani e Nani ameaçaram várias vezes até que a bola começou a entrar. O leão nunca baixou os braços.

OUTROS DESTAQUES

Slimani
Muito apagado no início do jogo, curiosamente cresceu quando o Sporting já jogava reduzido. Na primeira parte teve pelo menos duas ocasiões claras de golo. Na primeira atrapalhou-se com a bola. Na segunda, rodou bem em zona perigosa, mas o remate acabou por ser intercetado por um defesa. No segundo tempo, voltou a dar trabalho à defesa bracarense. Já teve jogos mais inspirados, mas foi ele quem reacendeu a esperança ao Sporting: marcou o 2-1 já dentro dos últimos dez minutos numa altura em que muitos adeptos já abandonavam o Jamor. Não vacilou na marca dos 11 metros.

Montero
Entrou aos 74’ para o lugar de Miguel Lopes. Era a última cartada de Marco Silva, numa altura em que pouco acreditavam que o Sporting, reduzido a dez e a perder por 2-0, conseguisse um milagre. Aos 83’, pouco antes de Slimani reduzir, teve uma oportunidade. Já em período de descontos controlou de forma exímia um lançamento longo e fez o empate. Ajudou a instalar o pânico junto à área arsenalista.

William
Não esteve brilhante, mas correu muito. Por ele, por João Mário (sacrificado após a expulsão de Cédric) e até por um Adrien muitos furos abaixo do habitual. Falhou muitos passes, mas nunca deixou de cumprir defensivamente. No final da segunda parte, já era notório o desgaste do homem mais recuado do meio campo dos leões. E ainda durou mais meia hora. Notável!
 
Rui Patrício
Esteve sempre muito seguro entre os postes e efetuou pelo menos duas excelentes intervenções. Aos 60’ evitou o 3-0 a Éder e já na segunda parte dos descontos voltou a fechar a porta da baliza aos minhotos ao defender com os pés um remate muito perigoso de Salvador Agra. Não menos importante: abriu caminho à vitória no desempate dos penáltis.