A figura: Otávio

Uma verdadeiro descomplicador. Quando a bola chega aos pés do brasileiro o futebol torna-se simples. Receção, finta, passe. Quando assim não é, e Otávio decide pegar no jogo, traz-lhe verticalidade e vertigem, fazendo uso da sua finta curta que deve deixar os adversários desesperados. Foi assim que, aos 32', pé ante pé, rodou na área, deixou dois adversários para trás e inaugurou o marcador. Tão simples quanto belo. Quando Nuno Espírito Santo decidiu mudar a equipa, foi um dos jogadores poupados, a pensar já na Liga dos Campeões.

TP: Gafanha-FC Porto, 0-3 (crónica)

O momento: Otávio castiga entusiasmo gafanhão (32')

Muito sólida defensivamente até então, quando, aos 32 minutos, a equipa do Gafanha beneficiou do primeiro canto, fez subir quase toda a equipa, mantendo apenas três jogadores fora da área, e só um deles perto do meio-campo. O problema é que na marcação do canto, a bola ficou curta e permitiu ao FC Porto lançar um contra-ataque que Otávio tornou letal. Em vantagem, o dragão, que já era dono do jogo, ficou ainda mais confortável.

Outros destaques: Maxi

De regresso à competição, depois de quase dois meses lesionado, o uruguaio fez notar a sua presença no apoio ao ataque, beneficiando da menor iniciativa de jogo que se previa que o adversário tivesse. O uruguaio aproveitou o teste para ganhar ritmo numa fase em que o FC Porto vai ter um calendário mais apertado, e ainda testou a segurança do guarda-redes contrário com um remate que aquele teve dificuldade em suster.

Corona

Dos três jogadores lançados no decorrer da partida, o mexicano foi aquele que melhor aproveitou a chamada, tendo marcado poucos minutos depois de entrar. Depois, foi explorando combinações com Depoitre, que, no último minuto, resultou no golo do belga. Um golo e uma assistência em 25 minutos são um bom registo de «el tecatito».

Depoitre

Estreia a marcar do avançado belga que, no último minuto só teve de encostar, de cabeça, um cruzamento de Corona. O avançado ex-Gent entrou na segunda parte e mostrou-se muito esforçado na busca pelo golo que acabou por merecer.

Maurício

Raçudo. O brasileiro que atuou como médio mais recuado do Gafanha esteve sempre muito em jogo, quer a recuperar a posse de bola, quer a tentar sair a jogar. O brasileiro, de 23 anos, foi um todo-o-terreno incansável que disputou e ganhou inúmeras bolas divididas e que nunca virou a cara à luta.

Diogo Almeida

Minuto 48: Maxi remata forte à entrada da área, e o guardião do Gafanha só tem tempo para socar para a frente onde surge Jota para uma recarga que se previa fácil, mas que acabou em canto, depois de uma incrível segunda intervenção de Diogo Almeida. Apesar de estendido no chão depois de ter parado o remate do uruguaio, o guardião esticou o braço direito para fazer uma daquelas defesas que costuma levar o rótulo de «impossível».