Foi batizado como Mário Jaime Raimundo Duarte, mas no mundo do futebol é conhecido apenas por Marocas. É este o nome do novo herói vilafranquense, o autor do golo com que a equipa ribatejana conseguiu a proeza inédita de eliminar uma equipa do principal escalão na Taça de Portugal.

«É bom marcar, ainda para mais a uma equipa da primeira divisão. O grupo merecia uma vitória destas», diz o avançado, nascido no Algarve.

Marocas, atualmente com 28 anos, nasceu em Albufeira e cumpriu quase toda a formação no Imortal, embora no último ano de junior tenha saído para o Louletano. Já como sénior representou outros emblemas algarvios, como Messinense, Silves e Esperança de Lagos, mas depois afastou-se de casa. Esteve na Madeira (Camacha) e nos Açores (Santa Clara), pelo meio jogou no Benfica e Castelo Branco, e na época passada esteve na Oliveirense.

Não chegou ainda ao principal escalão, mas já tem alguns golos no currículo, e por isso até hesita quando lhe perguntam se o golo que eliminou o Paços de Ferreira foi o mais importante da carreira. «Um golo a uma equipa da primeira divisão é de louvar», resumiu.

«Entro sempre a pensar que vou marcar, e num jogo destes ainda mais. Pensei que ia fazer um golo», revela o camisola 31 do Vilafranquense. 

O tento apontado a Rafael Defendi é dedicado à família, que esteve quase toda na bancada, mas com um destinatário em particular: «Dedico o golo à minha família. Especialmente ao meu pai, que também foi profissional. Sigo muito os conselhos dele.»

O pai de Marocas também era avançado, de resto, e jogou até aos 44 anos. Tó Manel fez quase toda a carreira em clubes algarvios, com exceção para duas épocas no Beira-Mar, clube que representou no principal escalão, entre 1991 e 1993.

O golo dedicado a Tó Manel apurou o Vilafranquense para os oitavos de final da Taça de Portugal, onde pode ter o privilégio de defrontar novamente um "grande". Na época passada o emblema ribatejano foi eliminado pelo Sporting, em jogo disputado em «casa emprestado», no recinto do Estoril.

«O grupo fala da possibilidade de defrontar um grande. Se fosse no estádio dessa equipa talvez desse para desfrutar mais», assume Marocas, que revela também que o plantel vai alimentando também um sonho chamado Jamor.

«Agora solta-se essa conversa, de que só paramos lá, mas temos de ir com calma e esperar pelo sorteio», diz o avançado.