Equilíbrio de primeira, jogo de segunda e prolongamento…de Champions. Montanha russa nas Aves e castigo cruel para os da casa. Depois de 90 minutos de um espetáculo que não foi bonito, num jogo entre duas equipas de escalões distintos mas onde essa diferença não teve espelho no relvado (até pelo contrário), o Paços conseguiu o apuramento para a 4ª eliminatória da Taça de Portugal, com um prolongamento de eficácia extrema: duas oportunidades, dois golos.

Resistiu a duas bolas no poste, uma expulsão, o empate avense e o melhor futebol do rival. Por tudo isto, a equipa de Carlos Pinto é um apurado feliz. O Desp. Aves merecia mais.

Estrategicamente, a equipa de Ivo Vieira entregou, de início, o domínio ao Paços. Como que a ver o que queria do jogo o rival. O Paços não quis muito, diga-se. Ou, pelo menos, não mostrou que queria. Teve imensas dificuldades em ligar o jogo até ao ataque, sofreu com o contra-ataque da casa e terminou os 90 minutos com apenas um lance de perigo, e de bola parada. Miguel Vieira, após canto, obrigou Marco Pinto a brilhar.

O Desp. Aves foi, então, mais perigoso. Caetano esteve nos principais lances ofensivos do primeiro tempo, mas em todos a finalização não foi a melhor. Remates fracos, outros sem direção. Bem diferente do excesso de pontaria que teve Zé Valente, já na segunda metade, quando atirou ao ferro a melhor oportunidade até então. Estávamos no minuto 67. O Paços já mexera, trocando o apagado Ricardo Valente por Ivo Rodrigues. Lançaria Vasco Rocha, pouco depois, mas o resultado era o mesmo: não havia forma de tornar-se mandão.

Carlos Pinto até nem promoveu muitas mudanças nesta jornada de Taça, destacando-se apenas as presenças dos jovens Francisco Afonso e Pedro Monteiro na linha defensiva. O resto, mais peça, menos peça, andava pela fórmula do costume. Que foi de menos nas Aves.

Quando Mateus viu o segundo amarelo em menos de um quarto de hora por duas faltas sobre Zé Valente, percebeu-se que iria ser muito difícil ao Paços arrancar um triunfo. Mas o Aves, exceção feita a um livre de Zé Valente que Defendi tirou com classe, e a um frouxo remate de Leandro Souza já nos descontos, também não teve arte para mais. O prolongamento tornou-se inevitável.

E parecia que ia ser mais do mesmo. Começou com Pedró, lançado no lugar de Bruno Alves, a imitar Zé Valente e a atirar ao poste, dando o sinal de que nada iria alterar-se. O Aves iria estar mais afoito mas sem encontrar o caminho do golo. Pura ilusão. Um percalço mudou tudo.

E esse chamou-se…golo. Num lance aos trambolhões, Ivo Rodrigues finalizou uma iniciativa de Welthon e colocou o Paços na frente. Castigo duro e injusto para o Aves, que, contudo, no início da segunda parte do tempo extra, chegou ao empate, por Leandro Souza, de cabeça.

O prolongamento mostrava-se bem mais interessante do que o jogo que o antecedeu. A prova-lo, o terceiro golo nesse espaço, de novo para o Paços, por Welthon, três minutos após o empate.

O Desp. Aves já não teve forças para mais. Cai de pé, ainda assim.

FICHA DE JOGO

Estádio do Desportivo das Aves

Árbitro: Tiago Martins (Lisboa)

DESP. AVES: Marco Pinto, João Amorim, Tiago Valente, Romaric e Ruben Ribeiro; Tarcísio e Bruno Alves (Pedró, 91’); Caetano (Femi, 105’), Zé Valente (Guedes, 81’) e Leandro Souza; Mendy.

Não utilizados: Rafael, Xandão, João Gabriel e Nelson Pedroso

Teinador: Ivo Vieira

PAÇOS DE FERREIRA: Defendi, Francisco Afonso (Bruno Santos, 81’), Pedro Monteiro, Miguel Vieira e Filipe Ferreira; Mateus, André Leal (Vasco Rocha, 68’) e Pedrinho; Barnes Osei, Welthon e Ricardo Valente (Ivo Rodrigues, 59’)

Não utilizados: João Pinho, Marco Baixinho, Cícero e André Sousa.

Treinador: Carlos Pinto

Disciplina: Amarelo para Mateus (62’ e 75’), Osei (93’), Tarcísio (104’), Francisco Afonso (105’). Vermelho por acumulação para Mateus (75’)

Golos: Ivo Rodrigues, 103’; Leandro Sousa, 107’; Welthon, 110’

Ao intervalo: 0-0