É certo que nunca se sabe de antemão o que vai acontecer num jogo de futebol, mais ainda entre estas duas equipas: Paços de Ferreira e Rio Ave. Conhecem-se bem, têm, nos últimos anos estado mais ou menos ao mesmo nível e praticado bom futebol. Havia até um equilíbrio perfeito nos resultado na Mata Real, até que, em setembro passado, a vitória dos rioavistas por 3-0, com dois golos de Helton, fez pender a balança para o lado dos homens de Vila do Conde.
 
O Paços entrou em campo determinado a segurar o lugar nos oitavos de final da Taça, a vingar essa derrota em casa, a conseguir a vitória. Com Hélder Lopes a comandar as saídas pelo corredor esquerdo, e Jota e Fábio Martins a assegurarem a restante progressão, o Paços ia dominando o pendor atacante do jogo. Faltava era a parte final. Bruno Moreira estava muito mexido na área, mas poucas vezes recebia a bola. Lionn e Marcelo não estavam pelos ajustes de deixar os pacenses entrarem na sua área, e Jota e Fábio Martins também não ajudavam com algumas perdas escusadas a meio campo. Virar o jogo para a direita, para Barnes, também não estava a ser solução porque Edimar estava a fechar bem.
 
O Rio Ave não estava de braços cruzados, fechado na defesa, mas levou alguns minutos a estudar o jogo e ver as falhas do adversário. Marvin foi progressivamente entrando mais no jogo, com arrancadas perigosas até à área, mas Guedes, na frente, poucas bolas estava a receber, ou a conseguir conduzir. Até que um cruzamento de Marvin para a área encontra Heldon que remata para uma grande defesa de Defendi para canto. Estava dado o aviso, mas quase sem antecedência. Na conversão do canto, Bressan bateu para a área, onde Marcelo apareceu a cabecear de cima para baixo e a abrir o marcador.
 
O Paços tentou reagir de imediato, mas ficou um pouco atordoado. Enquanto isso, o Rio Ave tentava encontrar o caminho para o segundo. Tarantini tentou de longe, para defesa fácil de Defendi. Na resposta, após um lançamento para a área do Rio Ave, a bola ficou a pingar, Bruno Moreira ainda tentou chegar para o cabeceamento, mas Cássio segurou primeiro.
 
E o segundo golo do Rio Ave não tardou, marcado pelo suspeito do costume. Um lançamento de Lionn para a área, e Heldon que estava mais afastado da baliza, a rematar e a conseguir fazer a bola passar pelo buraco da agulha, fez o 2-0. O cabo-verdiano voltou a fazer o gosto ao pé na Mata Real.
 
Os jogadores do Paços tentavam reagir, mas o golpe tinha sido forte. Dois golos em dois lances de bola parada. Com as emoções à flor da pele, precisavam do intervalo. E este fez-lhes bem.
 
Na segunda parte só deu Paços no ataque. A formação da casa entrou mais organizada, mais tranquila, Edson Farias, que entrou ao intervalo para o lugar de Barnes Osei, também deu dinamismo ao ataque. Mas foi o lateral Hélder Lopes a fazer renascer a esperança na Capital do Móvel. Após um cruzamento de Pelé, Hélder Lopes apareceu ao segundo poste e rematou cruzado, em jeito e em força, batendo Cássio. Estava feito o 2-1 e nem havia tempo para comemorar.
 
Até ao final, os pacenses procuraram chegar ao empate, mas, ou Cássio estava lá, ou o remate saía ao lado. Aos 68 minutos, junto à baliza, só com Cássio pela frente, Jota rematou contra o guarda-redes e a bola subiu, em vez de seguir em frente. No último minuto, o mesmo Jota viu o remate passar-lhe juntinho ao poste. E ao queimar os últimos cartuchos, Na área contrária, Defendi rematou de pé direito, mas Cássio segurou.
 
Não houve tempo para mais. A festa foi do Rio Ave, que segue para os oitavos de final. O Paços fica pelo caminho.