O Benfica cumpriu a formalidade diante do Real Massamá e, com um onze renovado, carimbou a qualificação para os quartos de final da Taça de Portugal, com uma exibição em crescendo, com o jogo a mudar por completo depois da entrada de Gonçalo Guedes no início do segundo tempo. Para trás tinha ficado uma primeira parte sem fulgor em que André Carrillo desperdiçou mais uma oportunidade, com uma exibição amorfa e desinteressada, ao ponto de ter sido assobiado pelos próprios adeptos do Benfica.

Confira a FICHA DO JOGO

Rui Vitória promoveu nove alterações em relação ao dérbi com o Sporting, sobrando apenas Ederson, indiscutível na baliza, e André Almeida, desta vez sobre a direita, dando espaço para a entrada de Yuri Ribeiro, habitual titular na equipa B, que esta noite estreou-se na equipa principal. De resto, tudo novo, com Lisandro e Jardel no eixo defensivo. Samaris contou com a companhia de Danilo no miolo do terreno, enquanto um trio composto por Carrillo, Cervi e Zivkovic dava apoio direto a Mitroglou, principal referência do ataque da equipa de Rui Vitória.

Demasiadas alterações que resultaram num Benfica lento que procurava manter a posse de bola, mas com poucos riscos na frente. O Real, por seu lado, apresentou-se num clássico 4x3x3, com três jogadores muito rápidos na frente. Palácios e Guti Almada abertos nos flancos e Érico, melhor marcador da equipa, ao centro.

Logo após o primeiro apito de Jorge Ferreira, o Real investiu sobre a área do Benfica, procurando surpreender nos primeiros minutos. Uma entrada corajosa e atrevida, mas que não passou de um fogacho porque, logo a seguir, o Benfica assumiu as rédeas do jogo, sem pressa, procurando espaços, com uma elevada posse de bola. Desarmado, o Real acabou por recuar para construir uma fortificação na área de Patrick Costinha, mas deixando sempre as três referidas «setas» prontas para arrancar em contra-ataque.

O Benfica, com a linha defensiva adiantada, mantinha uma forte pressão sobre o meio-campo do Real que sentia tremendas dificuldades em sair a jogar, mas a verdade é que a equipa de Rui Vitória também tinha poucos espaços para fazer chegar a bola a Mitroglou que, bem marcado pelos possantes centrais do Real, raramente teve oportunidades para visar a baliza de Patrick Costinha. Teve uma, soberana, depois de um bom trabalho de Zivkovic e Cervi, mas demorou uma eternidade a rematar. Antes disso, apenas uma oportunidade de Zivkovic, com um remate em arco que passou perto do poste. Nesta equação do ataque do Benfica não fizemos referência a Carrillo. O peruano esteve muito lento, falhou demasiados passes e foi, ao longo de toda a primeira parte, uma peça a mais no puzzle de Vitória.

Entra Guedes e golo

Não foi por isso de estranhar que Carrillo não tenha voltado para a segunda parte, com Rui Vitória a lançar Gonçalo Guedes e com efeitos imediatos. Recomeço da segunda parte, canto para o Benfica marcado por Zivkovic e golo de Mitroglou. O jogo mudava do dia para a noite, com um Benfica muito mais agressivo, com as duas alas a funcionar em pleno, agora com Zivkovic e Cervi, com Guedes a jogar nas costas de Mitroglou. Logo a seguir ao golo do grego, Guedes podia ter feito o segundo, numa jogada que envolveu Zivkovic e Cervi, mas atirou por cima.

O Real ainda esboçou uma reação e Jorge Bernardo, na marcação de um livre, até obrigou Ederson à defesa da noite, mas era definitivamente o Benfica que estava agora no comando. Num lance em que Guedes caiu na área, a defesa do Real tentou afastar, mas a bola bateu no árbitro e Cervi, apenas com Costinha pela frente, atirou por cima. O Benfica impunha agora um ritmo forte, em contraste com a lentidão da primeira parte, e, assim, acabava com as pretensões do Real, com as três setas já sem forças para correr até à área de Ederson.

Neste cenário, faltava apenas quando ia chegar o golo da tranquilidade e, para isso, faltava apenas um pouco mais de intensidade. Foi nesse sentido que Rui Vitória lançou ainda Pizzi, abdicando de Danilo, nesta altura era outra peça perdida na dinâmica dos encarnados. E mais uma iniciativa de Gonçalo Guedes, Nuno Tomás fez falta e, na conversão do castigo máximo, Mitroglou acabou com as dúvidas, se alguém ainda as tinha.

O Real, com a entrada de Nélson, ainda esboçou uns raides à área de Ederson, mas o Benfica esteve sempre mais perto do terceiro que acabou por chegar, já perto do final, marcado por Jiménez.

Resumindo, uma noite tranquila para o Benfica depois de corrigidas as deficiências da primeira parte.