O balneário do Vasco da Gama da Vidigueira tinha bem presente a missão hercúlea que tinha pela frente diante de uma das equipas mais poderosas do futebol português.

Falava-se em um por cento de hipóteses de surpreender o V. Guimarães, mas o conjunto minhoto encarou o jogo com seriedade e evitou percalços de maior num Municipal da Vidigueira a abarrotar às costuras numa das tardes mais importantes da história do clube do Baixo Alentejo.

FILME E FICHA DE JOGO

Com algumas alterações no onze, a equipa de Pedro Martins nem precisou de muito tempo para se adaptar ao relvado sintético e aos 5 minutos já vencia. Ao segundo poste, o capitão Moreno desviou com eficácia um cruzamento bem medido de Kiko a partir da direita.

Competente, o Vitória não baixou a guarda, continuou a trocar a bola no meio-campo ofensivo e chegou ao 2-0 ao quarto de hora, por Rafael Martins num remate à entrada da pequena área.

O Vasco da Gama precisava de dobrar um autêntico Cabo das Tormentas, até porque o Vitória, mesmo sem acelerar em demasia, impunha-se facilmente em lances de bola parada e nos cruzamentos para a área da equipa da casa. Foi dessa forma que o conjunto de Pedro Martins ampliou para 3-0 ainda antes da meia hora por Dénis. O defesa de 23 anos, que se estreou neste sábado com a camisola principal vimaranense, desviou para o golo após canto de Kiko.

Vida difícil para a equipa da casa, que parecia de rastos após três socos precoces, o que parecia antever uma derrocada.

Parecia. O Vasco encontrou forças no fundo do poço. Revigorou-se e Pázinho, lançado por Soudo nas costas dos centrais do Vitória, não desperdiçou na cara de Miguel Silva e levou as bancadas ao delírio.

O conjunto de Hugo Relíquias encheu o peito e agigantou-se perante o gigante. Foi para cima dele, esticou a barra dos tais um por cento e esteve perto do golo em duas ocasiões até ao intervalo, primeiro por Baixinho e depois por Pázinho, sempre uma dor de cabeça para a defesa vimaranense.

O Vasco da Gama tentou manter a ousadia no arranque do segundo tempo, mas os homens de Pedro Martins conseguiram segurar o ímpeto da equipa da casa, que foi perdendo gás com o avançar do cronómetro.

E foi com naturalidade que chegou ao 4-1, num lance em que Tallo encostou de cabeça após dois remates aos ferros, e ao quinto por Texeira à entrada para a compensação. O avançado, lançado na segunda parte para o lugar de Rafael Martins, bisou ao cair do pano e fixou o resultado final em 6-1.

Castigo pesado para o Vasco, equipa brava, aguerrida e competente. Na tarde em que a Vidigueira parou para ir à bola e provou haver no Alentejo condições para receber a nata do futebol português.