A FIGURA: Jonas

A primeira parte sombria deu a sensação de que o brasileiro não é à prova de água. Mas Jonas tem a sagacidade de arranjar soluções para quase tudo. É dele o remate do meio da rua de onde nasce o golo inaugural dos encarnados e esteve perto de matar o jogo com uma cabeçada devolvida pela barra. Se foi o Jonas do costume? NÃO! Mas esteve lá quando a equipa precisava dele. Saiu nos minutos finais debaixo de uma tremenda ovação.

O MOMENTO: a cabeçada que escancarou a porta do triplete (53’)

Ainda o V. Guimarães lambia as feridas do golo de Raúl Jiménez e Salvio ampliava a contagem no Jamor com uma cabeçada oportuna após cruzamento de Nélson Semedo. O golo permitiu aos encarnados gerirem com mais tranquilidade as incidências do encontro e ficar a salvo de um contratempo que até acabou por acontecer. Um último conselho: se não viu toda a jogada do golo do argentino, puxe a box atrás. Se viu, puxe na mesma. Vai ver que vale a pena.

OUTROS DESTAQUES:

Raúl Jiménez: tal como Jonas, foi bem anulado pelo setor defensivo vimaranense nos primeiros 45 minutos. Mas se há coisa de o mexicano não pode ser acusado é de ir à luta. Corre, tem capacidade de choque e, mais importante, tem golo. Foi rapidíssimo a sair para aproveitar uma defesa incompleta de Miguel Silva e inaugurar o marcador nos primeiros instantes da segunda parte.

Nélson Semedo: não teve uma tarefa facilitada perante Raphinha, perdeu algumas batalhas importantes, mas voltou a estar ao nível do costume no envolvimento ofensivo. É dele o cruzamento para o 2-0 de Salvio. Incansável!

Samaris: entrou praticamente a frio no jogo para o lugar do lesionado Fejsa. Demorou alguns minutos a carburar, mas subiu de rendimento com avançar do tempo. Segunda parte de bom nível e um envolvimento interessante no processo de construção.

Pizzi: esteve longe do Pizzi influente do costume. Eclipsado na primeira parte, apareceu a espaços na segunda, principalmente após o 2-0, altura em que teve mais espaço para jogar. Já perto do final, teve nos pés o 3-1, mas quis picar por cima de Miguel Silva e o remate acabou por sair por cima. Pouco depois, entregou de bandeja o golo a Jiménez, mas o mexicano falhou de baliza aberta.

Cervi: ainda que algo inconsequente nas tomadas de decisão, foi um dos elementos mais inconformados do Benfica na primeira parte. Travou um duelo interessante com Bruno Gaspar. Perdeu influência na etapa complementar e saiu a cerca de dez minutos dos 90.