Flavienses tiveram a eliminatória na mão a vencer por 3-0. Marega reduziu e Braga desperdiçou penalti para o Chaves que daria passagem à final no minuto 90.

Impróprio para cardíacos.

Jogo louco em Trás-os-Montes com o Desportivo de Chaves a marcar cedo, a anular a desvantagem à meia hora e a virar o resultado à hora de jogo. Aos 65 minutos Marega voltou a colocar os vimaranenses na rota do Jamor e aos 90' Douglas confirmou a passagem ao defender uma grande penalidade a Braga.

Com a habitual escolha de António Filipe para a baliza na prova rainha do futebol português, o técnico da casa, Ricardo Soares chamou ainda ao onze Carlos Ponck, recuperado de lesão, para o centro da defesa e Bressan, regressado de castigo, para o meio campo.

Na equipa de Guimarães, as mudanças foram muitas face ao último jogo para a Liga, com apenas Douglas, Pedro Henrique e Rafael Miranda a ficarem no onze.

É verdade que a vantagem de 2-0 dava claro favoritismo aos vimaranenses, mas ao longo do jogo rapidamente se percebeu que o resultado da primeira mão não era um entrave para uma excelente partida.

Os transmontanos, sem deixarem de acreditar, marcaram presença em grande número, com os adeptos da equipa de Guimarães a ombrearem nesse registo, criando um verdadeiro ambiente de futebol.

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Como dar a volta à eliminatória em três passos:

Primeiro, aos 50 segundos, o Desportivo de Chaves demonstrou estar mais do que dentro na discussão da passagem à final no Jamor, com um golo madrugador. Perdigão, aproveitando uma bola perdida à entrada da área, disparou para o fundo da redes.

Depois, entrou em ação a estratégia flaviense, que com a vantagem insuficiente preferiu não partir desesperadamente em busca do segundo. De resto, deu mesmo a bola ao adversário e procurou surpreender o Vitória em contra-ataques.

O jogo foi-se arrastando nesta toada, em que as transições dos flavienses davam mais ‘frisson’ junto da baliza de Douglas. Aos 9 minutos, Perdigão serviu pela direita Fábio Martins, mas este chegou atrasado e no minuto seguinte foi Rodrigo a subir na mesma ala e a servir Rafa, que não acertou no esférico.

Do outro lado, eram as bolas paradas que punham em sentido a equipa da casa. Aos 15', Hurtado atirou junto à barra, ele que era o mais inconformado e aos 28' criou uma excelente situação, mas ninguém estava na área a tempo de concluir.

Mas vamos à segunda parte da lição de como empatar uma eliminatória. Aos 32 minutos, Fábio Martins conquistou o livre e o homem de serviço das bolas paradas, Bressan, disparou cruzado com a bola a entrar sem tocar em mais ninguém, apesar dos pedidos de fora de jogo dos homens do Vitória perante os vários jogadores na área.

Era o segundo momento de festa no Municipal de Chaves e com um pormenor importante, em pouco mais de meia hora a eliminatória estava completamente empatada.

Parecia ser uma noite de sonho e aos 37 minutos voltou a entrar a bola na baliza de Douglas, mas Rafael Lopes foi apanhado em posição irregular, uma boa decisão de Fábio Veríssimo. Pior do que isso, por protestos, Ricardo Soares foi expulso do banco de suplentes flaviense.

A resposta foi forte do Vitória, com duas situações de perigo. Após canto, aos 38 minutos, Rafael Miranda tocou para o segundo poste, mas Marega chegou tarde ao desvio. Já aos 42, a sorte e a falta de inspiração demonstrou estar do lado vimaranense, quando António Filipe soltou a bola à saída a um cruzamento, mas Hurtado, na hora do remate, e já sem guarda-redes na baliza, escorregou, num lance confuso.

Chegou e foi embora o intervalo, mas a estratégia flaviense não mudava de figura. Sempre a dar a iniciativa ao Vitória, que até ameaçava criar perigo, principalmente por Hurtado, a equipa da casa continuava cínica à procura do contra-ataque.

E assim chegou a terceira parte desta lição. Fábio Martins arrancou pela ala esquerda após um ataque do Vitória, aos 62 minutos, fintou dois jogadores obrigou Hernâni a fazer falta feia e Bressan pegou na bola… o livre desta vez não entrou direto, pois estava lá Nuno André Coelho para o desvio fatal perante o desamparado Douglas.

Dois baldes de água fria de Guimarães

A festa flaviense teve mais um momento bonito e impressionante, mas foi sol de pouca dura, pois três minutos depois era a vez dos milhares de adeptos minhotos terem o seu momento de festa.

No seguimento de um livre lateral, Marega parecia estar novamente no momento sem sorte, ao cabecear primeiro ao poste, mas de imediato a bola voltou à sua cabeça e agora para o fundo das redes.

Rebentava a festa vimaranense no municipal flaviense, com tochas e uma pequena invasão à mistura, mas ainda havia muito jogo pela frente. E muita emoção por acontecer.

Finalmente fazia sentido a posse de bola estar do lado do Vitória, sem pressa em criar perigo e a poder gerir os momentos do jogo, algo que ainda não tinha feito. Do outro lado, Ricardo Soares passava a refrescar o ataque, lançando Davidson, e depois a arriscar taticamente, retirando o lateral Rodrigo para a entrada do extremo Batatinha.

Aos poucos, e perante o balanceamento ofensivo do Chaves, a precisar de marcar um golo para passar, a equipa de Guimarães também viria a ter as suas transições com perigo.

À jogada de perigo criada por Davidson aos 81 minutos, que serviu Braga para um remate ao lado, respondeu Hernâni com um remate violento à baliza de António Filipe, que desviou em apuros para canto.

Pouco depois, oportunidade incrível para o Vitória resolver de vez a questão, com Batatinha a escorregar enquanto último homem e Hernani a partir para a baliza, mas António Filipe respondeu ao remate com uma defesa milagrosa.

Mas havia outro milagre para acontecer. Em cima dos 90', Davidson arrancou para cima da defesa vitoriana e Rafael Miranda agarra o avançado recém-entrado. Chamado a converter, Braga partiu para a bola mas… Douglas apareceu na altura ideal do encontro, para defender o penalti e salvar a passagem para a sua equipa.