Por Rafael Ferreira

«O Vitória não é grande, é enorme.»

É com esta frase que as gentes de Setúbal entoam sempre que falam no clube da sua terra, e nunca estas palavras fizeram tanto sentido como neste jogo.

Longe do convívio com os grandes desde 2020, foi o Vitória de Setúbal a entrar melhor na partida, com grandes oportunidades para Zequinha e José Varela. As alas da equipa sadina foram uma ameaça constante para a defesa do Paços de Ferreira.

Numa primeira parte em que foi a equipa da casa foi mais ativa no jogo, os forasteiros entraram timídos e só chegaram à baliza de Rafael Alves com perigo aos 27 minutos, quando Djaló atirou ao lado do poste esquerdo. Mas a melhor chance dos castores chegaria aos 34 minutos, quando Uilton cabeceou com o guardião vitorianos tirar a bola com dificuldade.

O bom e velho Zequinha

O «menino rebelde de Setúbal» foi um dos mais interventivos no lado sadino. A primeira oportunidade logo ao segundo minuto de jogo foi um aviso para o que iria suceder no encontro. O experiente atacante de 35 anos ora andava pela esquerda, ora pela direita, e até mesmo no centro quando era preciso. Sempre muito irrequieto, teve a melhor chance de chegar ao golo aos 28 minutos na cobrança de um livre que não passou muito longe da baliza de Jordi. Saiu aos 90 minutos sob aplausos das bancadas do Bonfim.

FILME E FICHA DE JOGO.

Na segunda parte, o Vitória de Setúbal entrou fortíssimo e no primeiro minuto da segunda parte, o luso-cabo-verdiano José Varela colocou o sadinos na frente com um remate por baixo das pernas de Jordi, após um excelente cruzamento de Daniel Carvalho.

César Peixoto mexeu logo de seguida na equipa, fazendo entrar Koffi e Kayky mas o Vitória continuava a mandar no jogo, sempre muito forte na frente e muito autoritário atrás. E foi mesmo da defesa que surgiu o segundo golo sadino, aos 70 minutos: François subiu mais alto que os oponentes e cabeceou para o fundo das redes dos castores.

Micael Sequeira também trocou algumas peças no seu xadrez para refrescar a formação vitoriana com Kamo Kamo e Pedro Pinto a trazerem mais critério. O moçambicano trouxe velocidade e alguns pormenores técnicos. Já para o médio de 22 anos bastaram cinco minutos para assistir François para 2-0, ao bater um pontapé de canto à esquerda do ataque setubalense.

Em Setúbal haverá sempre bom fim para o Vitória, que segue para a próxima fase da Taça de Portugal, prova que já venceu por três ocasiões.

Já o Paços chega a meio de outubro ainda sem conquistar qualquer vitória em competições oficiais nesta temporada, somando oito derrotas em dez jogos disputados. Vida complicada para César Peixoto.

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FICHA DE JOGO

Estádio do Bonfim, Setúbal

Árbitro: Carlos Macedo

Assistentes: André Dias e Fábio Silva

4.º árbitro: Pedro Ferreira

V. SETÚBAL: Rafael Alves; Tiago Melo, Lourenço, François, David Santos; Lucas Marques (Camilo, 88), José Semedo, Daniel Carvalho (Pedro Pinto, 64m); Gabriel Lima (Kamo Kamo, 64m), Varela (Camará, 88) e Zequinha (Diogo Sequeira, 90+6).

Suplentes V. Setúbal: Leonardo, Mário Mendonça, Camará, Kamo Kamo, Camilo, Sequeira, Luís Pedro, Pedro Pinto, Rodrigo Pereira.

Treinador: Micael Sequeira.

PAÇOS DE FERREIRA: Jordi; Fernando Fonseca, Tiago Ilori, Vasco Sousa, Luís Bastos (Thomas, 64m); Rui Pires (Koffi, 54m), Bastien Toma, Matchoi Djaló, Juan Delgado (Kayky, 55 m), Uilton e Butzke (Arthur Sales, 90+2).

Suplentes Paços de Ferreira: Zé Oliveira, Igor Vekic, Jorge Silva, João Vigário, Arthur Sales, Kayky, Nigel Thomas, Mauro Couto e Koffi. 

Treinador: César Peixoto.

Ao intervalo: 0-0.

Marcadores: José Varela (46 m) e François (70m).

Disciplina: cartão amarelo a David Santos (14’), Daniel Carvalho (26’), Juan Delgado (31’), Jordi (35’), Varela (35’), Rui Pires (37’), Gabriel Lima (47’) e Djaló (90+1).

Resultado final: 2-0.