A polémica instalou-se: Ronald Koeman disse que a Naval tinha medo do Benfica. Mas Manuel Cajuda não se ficou e respondeu ao treinador holandês. Os ânimos incendiaram-se e ganharam proporções alarmantes por causa do adiamento do jogo entre a equipa da Figueira da Foz e o Portossolense, da quarta eliminatória da Taça de Portugal.
António Luís, técnico do conjunto madeirense, esclarece: «Foi a Naval que pediu o adiamento do jogo, se calhar por causa do encontro com o Benfica. E nós entendemos que era necessário adiar o jogo, porque tínhamos um desafio no domingo e jogávamos, depois, na quarta-feira». Este é o primeiro ponto do esclarecimento.
Mas há mais. «Por outro lado, se não jogássemos neste sábado com a Naval, até por questões do calendário da Série B da II Divisão, estaríamos quatro semanas sem competir. Portanto, não houve nenhum problema da nossa parte em adiar o jogo», confessa o treinador que tem um objectivo em mente: «Queremos defrontar um grande do futebol português, porque chegar a uma meia-final, como eu cheguei com o Lourosa, é uma coisa que acontece de 500 em 500 anos! Sendo assim, queremos eliminar a Naval e defrontar um grande na Taça».
Do percurso com o Lourosa, em 1993/94, até às meias-finais, António Luís lembra-se de alguns momentos épicos quando eliminou duas equipas do principal escalão. «Por exemplo, lembro-me bem de como ganhámos ao Beira Mar, em Aveiro. O Dino era a coqueluche do Beira Mar e disse aos meus jogadores que, se anulássemos o Dino, tínhamos hipóteses de seguir em frente. Coloquei o Castro em cima dele e vencemos. Depois, defrontámos o Belenenses e vencemos por 2-0. E o Belenenses vinha moralizado depois de uma vitória frente ao Benfica por 2-0. Foi um grande espectáculo!»
E assim a equipa de António Luís, na altura na II Divisão B, chegou às meias-finais da Taça de Portugal com números favoráveis: 12 golos marcados e nenhum sofrido. «Até que defrontámos o Sporting, em Alvalade, e perdemos 5-0. Foi uma arbitragem escandalosa, sofremos dois golos de penalty e um jogador nosso foi expulso. Não houve respeito por uma equipa pequena!». Agora, o sonho ergue-se: «Na Taça acontecem surpresas...» A Naval que se cuide.