Foi bonita a festa. Mas não houve surpresa. O Casa Pia fez valer o seu favoritismo para vencer o Rabo de Peixe por 2-0, em jogo da terceira eliminatória da Taça de Portugal. Os «pescadores» que militam no Campeonato de Portugal ainda deram réplica, mas não tiveram argumentos perante a superioridade dos «gansos».

Em Rabo de Peixe, terra de gente brava, fez-se a festa da Taça. Uma freguesia que vibra com o clube da terra, uma ligação umbilical entre o futebol e a comunidade. Um clube conhecido pela raça com que entre nos jogos, espelho dos estoicismos das suas gentes.

Foi sobretudo essa atitude que dificultou a vida ao Casa Pia.

A primeira oportunidade de golo surgiu aos 22 minutos. Boa jogada ofensiva do Rabo de Peixe, cruzamento certeiro vindo da esquerda e Rafael, de cabeça, falhou por pouco. Os adeptos, que entupiram as bancadas sem cadeiras do estádio, ainda gritaram golo, mas a bola embateu na malha lateral.

Pouco depois, a superioridade do Casa Pia veio ao de cima. Mesmo com dificuldades para se adaptar ao tapete sintético e ao vento insular, os ‘gansos’ chegaram ao golo aos 27 minutos. Lançamento longo de Yuki e Serobyan, mais rápido do que a defesa adversária, atirou para o fundo das redes de Imerson.

Em vantagem, o Casa Pia ficou mais confortável na partida, assumindo a iniciativa de jogo sem complexos. Aos 33 minutos, Clayton teve nos pés uma oportunidade de ouro para ampliar a vantagem, mas, isolado, atirou ao lado.

O Rabo de Peixe, contudo, não atirou a toalha ao chão e procurou sempre balancear a equipa para a frente, jogando a toda a largura do campo. O jogo prosseguiu equilibrado, com duas equipas a querer discutir o resultado.

No segundo tempo, a partida retomou com a mesma tónica, marcada por duas equipas aguerridas na luta pela bola - mas a eficácia do Casa Pia fez a diferença. Ao minuto 52, Pablo, após uma boa jogada coletiva, conseguiu penetrar pela defesa açoriana para fazer o 2-0.

Com o tempo a passar, o domínio do Casa Pia passou a ser mais evidente, com a formação de Filipe Martins a instalar-se no meio campo contrário. Aos 71, Tiago Dias dentro da área atirou à barra.

Já o Rabo de Peixe foi perdendo a intensidade que lhe permitiu olhar os «gansos» olhos nos olhos durante grande parte do encontro. A estratégia passou a estar assente sobretudo no contra-ataque e foi através de uma transição que João Ventura ainda obrigou Lucas Paes a uma defesa atenta.

Até ao final, o ritmo da partida abrandou, ficando de feição para os forasteiros. O Casa Pia dominou até final e criou vários lances para dilatar a vantagem. Mas o resultado não sofreu mais alterações. Vitória da superioridade do Casa Pia, fica a boa réplica dos bravos de Rabo de Peixe.