O tenista Novak Djokovic apresentou um recurso contra a decisão das autoridades australianas de cancelar o visto do sérvio e deportá-lo do país.
O juiz de Melbourne, Anthony Kelly começaria a ouvir o número um do ranking a partir das 16h00 locais (05h00 em Lisboa), mas a audiência foi adiada para as 19h00 e, posteriormente, para a próxima segunda-feira, às 10h00 (domingo às 23h00 em Lisboa).
Assim, o tenista não será deportado até segunda-feira, confirmou em tribunal Christopher Tran, um advogado do governo.
A Sky Sports escreve que o atleta de 34 anos vai continuar em quarentena num hotel em Melbourne.
Nole foi detido pelas autoridades de imigração no aeroporto de Melbourne quando aterrou no país, na quarta-feira à noite, para competir no Open da Austrália. Djokovic não conseguiu justificar a isenção médica que lhe havia sido concedida e os funcionários de controlo das fronteiras revogaram o seu visto, tendo ficado detido durante várias horas.
O primeiro-ministro australiano já veio responder às declarações do Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, que afirmou que as autoridades do país dos Balcãs estavam a trabalhar para defender Djokovic e terminar com o «assédio» de que foi alvo.
O governante australiano, Scott Morrison, negou as acusações e sublinhou que o visto do número um do ranking foi revogado porque este não cumpria os requisitos impostos pela pandemia de covid-19.
«A Austrália tem regras claras sobre as suas fronteiras soberanas que não são discriminatórias», referiu numa conferência de imprensa em Camberra, justificando a decisão como a «à aplicação razoável das leis australianas de proteção das fronteiras».
Recorde-se que na última terça-feira, Djokovic anunciou ter-lhe sido atribuída uma exceção médica que lhe permitia competir no Open da Austrália. A revelação foi mal recebida por alguns dos adversários e pela generalidade do país, face às restritas medidas que contenção da pandemia de covid-19 que têm sido aplicadas.
Note-se ainda que o tenista sérvio nunca revelou se tinha sido vacinado contra o novo coronavírus e até tomou uma posição contra a vacinação obrigatória em abril de 2020.
Com 20 triunfos no Grand Slam, Djokovic segue empatado com Roger Federer e Rafael Nadal.
O tenista espanhol já se pronunciou mesmo sobre o caso. Nadal lamentou a situação, mas alertou que Nole «conhecia as condições há muitos meses».
«É normal que as pessoas aqui na Austrália fiquem muito frustradas com o caso porque estão a passar por confinamentos muito difíceis e muitas pessoas não conseguiram voltar para casa. Eu acredito no que dizem as pessoas que sabem sobre medicina e se as pessoas dizem que precisamos ser vacinados, então temos de tomar a vacina. Esse é o meu ponto de vista», referiu ainda em declarações citadas pela Sky Sports.