A grande figura do Leixões 2009/10 tem apenas 20 anos. É um produto das escolas de formação do Mar, conta com uma passagem de dois anos pelo F.C. Porto e entusiasma pela capacidade física e facilidade de remate. Tiago Cintra é um valor raro. A forma como toca na bola, como arranca e arrisca não engana.
O Maisfutebol foi conhecer melhor a nova jóia do Mar. Uma relíquia a lapidar por José Mota. Estreou-se na Liga à terceira jornada (nove minutos frente ao Rio Ave), agarrou a titularidade na ronda seguinte em pleno Dragão e não mais largou o lugar no ataque da formação matosinhense.
Discurso simples, genuíno, ambicioso. Tiago Cintra prepara-se para rubricar um novo acordo com o Leixões, válido por quatro temporadas. Mas já há muitos olhos de gente importante em cima do prodígio.
Aos 20 anos, julgava ser possível ter uma influência tão grande no Leixões, o clube onde nasceu para o futebol?
Não, não esperava. Só queria aprender. Mas a oportunidade surgiu e quero agarrá-la. Nunca mais quero sair da equipa.
Como é que lhe deram a notícia de que iria ser integrado no plantel sénior do Leixões?
Os responsáveis falaram comigo no final da época anterior. Disseram-me que iria fazer testes com a equipa na pré-época e se o José Mota gostasse de mim poderia ficar. De outra forma, voltaria a ser emprestado. Tive sorte e pelos vistos agradei ao técnico. Só quero jogar e marcar muitos golos.
Apesar de muito jovem já tem uma carreira interessante. Começou no Leixões, passou dois anos no F.C. Porto e regressou a Matosinhos. Sente-se mais dragãozinho ou bebé do Mar?
Mais bebé do Mar. Passei aqui a minha vida toda. Estive dois anos no Porto, é verdade, mas o Leixões é a minha segunda casa.
Como é que gere uma carreira promissora com 20 anos? Não tem medo de se deslumbrar?
Não, não tenho. Estou aqui para jogar futebol. Se errar, errei. Só penso em jogar.
Por ser de Matosinhos, sente que a massa associativa olha para si de forma especial?
Sinto que gostam de mim, acima de tudo. Sempre fui leixonense, vinha ver os jogos e sei como este clube funciona. Os adeptos olham para mim e sabem que dou tudo dentro de campo pelo Leixões.
Também já esteve na bancada. Como se explica o amor das gentes de Matosinhos por este clube?
Nasci nesta cidade e sempre olhei para o Leixões como um objectivo de vida. Todas as crianças sonhavam jogar aqui. Por isso digo que estar aqui é um sonho realizado.
Acha que a equipa tem qualidade para igualar o sexto lugar da temporada passada?
É possível, mas vieram muitos jogadores novos, do Brasil e da Argentina, que não sabem o que é o futebol europeu. É importante conviver com eles também fora do tempo de trabalho. Costumamos jantar todos muitas vezes juntos.
Vai assinar um novo contrato com o Leixões válido por quatro temporadas. É um jogador realizado aqui no Mar?
Sim, sou. Já queria renovar há muito, até para melhorar a minha vida. O meu empresário está a negociar com o presidente e vamos aguardar. O meu objectivo é continuar. Se aparecer algo melhor, falaremos com a direcção.