É um animal competitivo. Perfecionista. Tikito nunca está contente com aquilo que faz em campo. Mesmo quando é considerado o homem do jogo. É como um defeito... de nascença. No jardim-de-infância, quando lhe perguntavam o que queria ser quando fosse grande, nunca hesitava.
«Não, querido, tens de escolher outra profissão. Mas quero ser profissional de futebol», retorquia. Até que um dia, passou a ser levado a sério. «Então tens de te meter nisto a sério. Trabalhar no duro. Não haverá saídas à noite e outras coisas dos jovens da tua idade», disse-lhe o pai, antes de fazer tudo para o meter em Clairefontaine.
«Mas esses foram os sacrifícios que fiz sempre com um sorriso nos lábios», garante. «A ânsia de acabar o fim-de-semana para poder voltar a encontrar os amigos no centro, voltar a ter a minha bola. Se há algum momento na vida ao qual gostava de regressar era este. O futebol no seu estado mais puro, pelo prazer, sem o dinheiro, as invejas, as traições ou golpes baixos.»
«Sonhávamos ser profissionais, para poder ajudar as nossas famílias. Era lindo espreitar os treinos e ver o Zizou, o Thierry Henry, o Deschamps, o Blanc, o Thuram, aquela geração que ganhou tudo... era magnífico. No centro, há um quadro de honra com os nomes de todos os que lá passaram e o nosso objetivo era termos lá o nosso», revive, com nostalgia.
«O grande Barça, o Ajax... vinham ver-nos para fazer o mesmo nos países deles. Estávamos à frente de todos. Ganhámos tudo, mas não sei se um dia voltaremos a esse nível», lamenta.
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