O Benfica-Gil Vicente AO MINUTO

A Figura: César Peixoto

Esclarecido, lúcido, capaz de definir o momento para driblar ou passar. O Gil Vicente teria ganho com o adiantamento de Peixoto no terreno. Paulo Alves preferiu André Cunha na posição 10 e recuou o esquerdino para o lado de Luís Manuel. Decidiu sempre bem o que fazer, teve a capacidade de dobrar o lateral esquerdo e arriscou um par de vezes o remate. Acabou esgotado e com a sensação do dever cumprido. Acrescenta classe e matreirice a esta equipa.

A Desilusão: Luís Carlos

O primeiro lance da partida é o decalque da sua exibição. Sobre a direita, já com Capdevila batido, perdeu tempo de passe e atrapalhou-se com a bola. Raramente fez o que um extremo tem de fazer. Batido facilmente por Maxi e pelo internacional espanhol, passou completamente ao lado do jogo. Só a defender mostrou mais competência. Ainda assim, deixou o Gil manco de um dos lados a atacar. A substituição por Guilherme pecou por tardia.

Zé Luís

Percebe-se a ideia de Paulo Alves, ao entregar o ataque a três avançados rápidos e móveis, mas é um pecado ver este menino no banco de suplentes. Tem tudo para vir a ser um bom ponta-de-lança: segura bem a bola, tem sentido de baliza e um raro faro pelo golo. Basta ver o que fez aos 79 minutos. Adivinhou o remate defeituoso de João Vilela e desviou de primeira com violência minuciosa.

Júnior Caiçara

Lateral atrevido, cheio de pulmão, talhado para o sobe e desce constante no corredor esquerdo. Boa iniciativa aos 40 minutos, a fletir para o meio e a armar o remate de pé direito. Eduardo respondeu bem. Controlou razoavelmente bem os movimentos de Bruno César e contou com o apoio de César Peixoto no bloqueio do fluxo benfiquista. Acusou o esforço nos derradeiros 15 minutos. Nota positiva.

Adriano Facchini

Não encanta pelo estilo, mas tem mãos de ferro e uma frieza exemplar. Evitou danos maiores numa saída aos pés de Maxi Pereira e num voo extraordinário a desviar um pontapé de Axel Witsel. É brasileiro, apesar das evidências sugerirem latitudes do leste europeu. Elemento interessante, regular, uma voz de comando respeitada pelos colegas na grande área gilista.

Rodrigo Galo

Erro comprometedor na génese do primeiro golo do Benfica. Um lapso a manchar uma atuação acertada na maior parte do tempo. É, muitas vezes, mais um extremo do que um lateral. Esteve mais contido, tímido, mas isso é até é compreensível. A tolerância na análise tem de ser menor no tal equívoco perante Bruno César antes do 1-0.