Foi como na selva: desorganizado e com o mais forte a imperar. Os condimentos não deixavam antever grande cozinhado e a verdade é que o Leixões-Nacional foi um jogo pobre, decidido pela maior qualidade dos homens de Manuel Machado e que facilmente cairá no esquecimento dos poucos espectadores que estiveram no Estádio do Mar. O resultado, esse, foi o certo: ganhou quem foi melhor.

O único prémio de consolação que o Leixões poderá levar do jogo que dita o adeus à Taça da Liga (as duas equipas já estavam, aliás, eliminadas à priori) é ter obrigado um adversário da Liga principal a puxar dos argumentos do costume para tentar a vitória.

Ainda assim, não será grande motivo de orgulho, porque o nulo que se verificava antes de Manuel Machado socorrer-se de Rondon e Candeias era culpa das duas equipas. Responsabilidades iguais pelo mau jogo que se viu no primeiro tempo.

No Nacional, apenas Reginaldo ia dando um ar da sua graça com algumas iniciativas que confirmavam o talento emergente que parece estar a crescer nesta equipa. Do lado contrário, havia apenas vontade.

Fábio Zola e Pedras não acompanhavam o irrequieto Rui Coentrão e até foram os dois centrais, Materazzi e Zé Pedro, a desperdiçar as mais soberanas ocasiões, ambas em lances de bola parada. Nas duas, não chegou a haver remate, o que acaba por ser sintomático.

Na segunda parte houve mais Nacional, entraram os «reforços» e os golos surgiram. E de rajada.

Primeiro foi Lucas João a finalizar uma boa jogada de João Aurélio pela direita. Depois, logo no minuto seguinte, foi o próprio João Aurélio a marcar, após canto. Em dois minutos o Leixões ficava irremediavelmente para trás.

E, nesse período de autêntico descontrolo leixonense, Rondon ainda desperdiçou isolado em dois lances, para além de um penalti despediçado por Sequeira, a castigar falta de Huguinho sobre Claudemir.

Até ao final, o Leixões ainda poderia ter conseguido o golo de honra, num cabeceamento de Tiago Lenho e numa iniciativa individual do lateral Pedro Pinto, que acabaria expulso mais tarde, por acumulação de amarelos. Em ambos os casos, o guarda-redes Rui Silva levou a melhor.

O Nacional garante, assim, o segundo lugar no grupo D, ganho pelo Benfica, desta Taça da Liga, o único prémio em jogo esta tarde. Somou quatro pontos. O Leixões fica no último posto, com apenas um.