Uma primeira parte praticamente insonsa foi o que Marítimo e Penafiel ofereceram aos poucos adeptos que se deslocaram ao estádio dos Barreiros para este jogo da Taça da Liga. O nulo ao fim de 45 minutos espelhou bem o que aconteceu dentro das quatro linhas, pese embora ambas as equipas tenham tido oportunidades para inaugurar o marcador.

Em ritmo de férias de Natal, o Marítimo pareceu não ter motivação para este embate, algo que acabou por ser aproveitado da melhor maneira pelos penafidelenses para darem um ar da sua graça frente a uma equipa do escalão superior, e num terreno onde nunca conseguiu chegar a uma vitória.

Vítor Bruno deu o primeiro aviso logo no minuto inicial da partida de que o Penafiel ia à Madeira discutir o jogo. No entanto, só 16 minutos mais tarde se assistiu a novo lance de perigo, aquando da transformação de um livre direto de João Pedro que permitiu a José Sá realizar uma excelente intervenção.

Os verde-rubros não saíam do ritmo e o Penafiel ia somando ocasiões, com Vítor Bruno a tornar a ameaçar à passagem do minuto 21, fazendo a bola sair ligeiramente acima da trave.

Os pupilos de Pedro Martins tardavam em aparecer no jogo e só a meio da primeira metade conseguiram chegar com perigo à baliza à guarda de Coelho. Artur isolou Sami mas o guineense, cara a cara com Coelho, não conseguiu dar a melhor direcção à bola, perdendo aquela que era a ocasião mais flagrante de golo até à altura.

Volvidos 8 minutos, o mesmo Artur haveria de transformar um livre descaído para a esquerda, fazendo a bola voar direitinha até à cabeça de Danilo Pereira. Contudo, o cabeceamento, que até foi executado de cima para baixo e como mandam as leis, acabou por resvalar em Coelho, que a dois tempos tornou a evitar o golo.

Se até pareceu que o jogo estaria a ficar condimentado, eis que o sal chegou ao fim e até ao intervalo foi um arrastar de pernas pelo relvado, ligeiramente apimentado por um mau passe de Luís Olim, aos 41 minutos, que levou Márcio Rozário a cometer falta sobre Aldair. Cosme Machado ficou-se pelo amarelo mas o vermelho ao brasileiro bem poderia ter sido a cor do cartão, o que deixaria os insulares reduzidos a dez unidades e ainda em mais dificuldades. Tal não aconteceu e uma primeira parte de má memória haveria de acabar como começou, sem sal.

No entanto,
o intervalo não trouxe grandes mudanças e o mau jogo prolongou-se durante o segundo tempo. Ainda assim, os verde-rubros demonstraram uma nova atitude, sem que isso se traduzisse numa melhor exibição, e nem mesmo as alterações ao intervalo realizadas por Pedro Martins acrescentaram algo de novo, pese embora Rúben Brígido tivesse trazido um pouco mais de velocidade ao jogo.

Com o arrastar da partida, onde apenas se destacam dois remates de longe sem qualquer nexo repartidos por ambas as formações, foi preciso esperar 22 minutos para ver Coelho brilhar, negando o golo ao cabeceamento de Fidélis, após cruzamento na direita de João Diogo.

O mesmo Coelho estaria novamente a grande nível volvidos dois minutos, depois de uma fuga de Héldon pela ala esquerda que culminou com o atraso para a entrada da área, onde surgiu Sami a desferir uma bomba cheia de intenção que apenas esbarrou no guardião forasteiro.

A melhor ocasião do Penafiel ainda haveria de surgir aos 86 minutos, depois de um lance conduzido pela esquerda que José Sá não sacudiu da melhor maneira, deixando que o esférico sobrasse para Guedes, que, de baliza completamente escancarada, atirou por cima.

Ainda antes do final, seria a novamente Sami a desperdiçar mais uma flagrante ocasião de golo, depois de um lance atabalhoado em que a bola sobrou para si a um metro da linha de golo. A tarde era de desacerto e o guineense nem acertou com a baliza.

Estava visto que a tarde não era de acerto para os verde-rubros e que o Penafiel iria mesmo conseguir um resultado positivo num terreno onde nunca venceu, mas que visita novamente a 5 de Janeiro em jogo referente à taça de Portugal. O Penafiel soma assim o seu terceiro empate em dez jogos que disputou na ilha da Madeira.