Em 1991, quando se sagrou campeão mundial de sub-20 com a camisola de Portugal, Toni estava longe de imaginar que vinte anos depois seria trabalhador da construção civil. Ao contrário do que aconteceu com vários colegas de então, o antigo avançado não conseguiu encontrar o caminho do sucesso no futebol sénior. Mas mesmo a trabalhar numa empresa de demolições do Luxemburgo, o ex-jogador prefere o orgulho à mágoa, quando se trata de recordar o passado.

«Nem todos podíamos seguir o mesmo caminho, não podíamos ser todos considerados o melhor do Mundo, como o Figo foi, ou ter uma carreira como tiveram Rui Costa, João Pinto, Abel Xavier e muitos outros», disse Toni à agência Lusa.

Formado no F.C. Porto, clube pelo qual ainda torce, representou também o Sp. Braga, Beira Mar, Salgueiros, Marítimo, Badajoz, Leça, Vilanovense e RM Hamm Benfica, emblema luxemburguês em que encerrou a carreira, no ano de 2005. «Disseram que não tinham dinheiro e então optei por não jogar. Resolvi ficar cá e tinha de trabalhar. Procurei e não encontrava nada, até que encontrei uma empresa de demolição, e estou lá até hoje», revelou.

Embora se mostre feliz por viver com alguma tranquilidade, Toni assume que gostava de trocar a actual profissão, por ser «muito pesada» fisicamente. As saudades dos amigos de 1991, que guarda no coração, vai matando através da internet. «Encontramo-nos de vez em quando no Facebook», conta.