Tem sido uma das imagens que tem sobressaído neste FC Porto de Sérgio Conceição: a vontade em resolver cedo os jogos, com entradas fortes que não têm dado hipóteses aos adversários.

Pelo menos, aos nacionais. Foi assim com o Vitória de Guimarães e agora com o Portimonense, com os dragões a gerirem a confortável vantagem de três golos obtida desde os vinte minutos de jogo.

No entanto essa gestão ainda não é efetuada de forma perfeita devido ao visível recuo da equipa, restando saber se isso se deve à fase de início de época - que ainda não permite manter a pressão e o ritmo acelerado -, ou se haverá ordem para fazer essa gestão em terrenos menos adiantado, quando a diferença no marcador assim o permite. Pelo temperamento de Sérgio Conceição, que quer sempre mais, acredita-se mais na primeira situação.

Mais do que disposição tática, é na mentalidade da equipa que se notam grandes diferenças em relação ao FC Porto de Nuno Espírito Santo. Com Conceição a equipa está mais subida, pressiona que se farta e dá liberdade aos criativos para criarem desequilíbrios. Foi assim que nasceu o primeiro golo, concluído por Soares após uma grande jogada de Corona.

Depois, a questão ficou bem cedo definida. Com os golos de Aboubakar, que finalizou jogada envolvente de Alex Telles e Brahimi, ainda antes dos dez minutos de jogo, e com o terceiro golo que surgiu aos vinte minutos, com o argelino a ultrapassar o guarda-redes para finalizar uma jogada entre Alex Telles e Soares.

Até nos cantos contra foi possível observar a mentalidade ofensiva que Sérgio Conceição quer incutir: o técnico portista quer três jogadores da equipa sobre a linha do meio-campo para aproveitarem uma rápida saída, ficando essa missão por conta da velocidade de Corona e Brahimi nas alas e pela criatividade de Oliver, no centro.

Ora, dizia-se, com a questão resolvida, foi altura de gerir e do Portimonense tentar respirar, coisa que não tinha ainda acontecido. Os algarvios puderam então ganhar alguns metros e lá descobriram onde estava a baliza defendida por Casillas. E com essa novidade na ordem do jogo, Ewerton intercetou um cruzamento de Ricardo Pessoa e atirou cruzado, batendo o guarda-redes espanhol e encurtando distâncias.

Os algarvios levantaram então a cabeça e só faltou serem mais expeditos em frente da baliza, porque até tiveram algumas situações em que poderiam ter tido melhor definição final. Em algumas delas até era simples, bastava rematar...

As inúmeras substituições efetuadas na segunda metade não retiraram o controlo do jogo aos dragões, mas já não houve a avalanche atacante do início. Mas deu para ampliar a contagem, primeiro numa finalização fácil ao segundo poste de Brahimi, que concluiu uma entrada de André André pela direita, com a goleada a acentuar-se ainda mais com um golo de Hernâni, a cinco minuto do fim.

Sérgio Conceição parece ter a equipa quase definida, efetuando apenas uma alteração em relação ao onze que jogara em Guimarães, trocando Otávio por Brahimi, e também não tem dúvidas quanto à esquematização, em 4x4x2. Um modelo de jogo que tem realçado o entendimento entre Soares e Aboubakar, que têm revelado poder de fogo nestes primeiros jogos.

Vítor Oliveira continua a apostar no 4x3x3 que deu o título da 2ª liga ao clube de Portimão, mas tem muito trabalho pela frente em afinar o conjunto, principalmente nos momentos defensivos. E essa constatação não advém só deste jogo pois a equipa tem sofrido muitos golos nestes jogos de pré-época, mesmo com equipas de menor dimensão.