Nelson Évora despediu-se em lágrimas dos Jogos Olímpicos de Tóquio, as últimas olimpíadas da carreira do atleta português de triplo-salto.

O desportista do Barcelona lesionou-se na virilha logo no primeiro salto e não mais conseguiu recuperar, acabando por não conseguir a passagem à final. No final, falou aos jornalistas.

«Foi um bocado sentido, não esperava que fosse saltar a virilha no primeiro ensaio, nem tive tempo de saltar. Estas coisas acontecem. Saio triste, mas de cabeça erguida», afirmou, citado pela Lusa.

«Eu tentei saltar pelos portugueses, muita gente esteve a acompanhar e me acompanha. Aguentei as dores. Tentei, na vida temos de lutar até ao fim. Tentei até ao fim, infelizmente o corpo não permitiu. Estou cheio de dores», confessou.

Nelson Évora explicou depois porque ficou em lágrimas aquando da primeira tentativa: «Foi a dor de dececionar quem me acompanha. Por isso chorei. Ee volta a chorar frente aos jornalistas] Queria fazê-lo bem, não pude, e lamento, mas…»

«Por incrível que pareça, o joelho [esquerdo, ao qual foi operado ao menisco] respondeu bem. A virilha é que me apanhou desprevenido, fiz muito bons treinos nos últimos dias. Fisicamente estou bem neste momento, não esperava», prosseguiu.

Campeão Olímpico em 2008, nos Jogos de Pequim, Évora garantiu ainda que não pensa em terminar a carreira, mas reconheceu que tem de descansar.

«Tenho de fazer um bom período de recuperação. Lesionei-me em março e não estive na pista coberta, tive de recuperar super-rápido, queimar muitas etapas. Tenho de respeitar o meu corpo, dar-lhe o devido descanso, regenerar bem. Sinto-me capaz e estava bem, não esperava era que a virilha me fosse saltar naquele momento. Senti-me frustrado, mas agora o que me compete é recuperar-me bem e começar a próxima temporada com calma, tentar fazer o melhor de mim nas próximas competições, e dignificar a nossa camisola», concluiu.

Recorde-se que no triplo-salto, participaram mais dois portugueses: Pedro Pichardo apurou-se para a final, Tiago Pereira também ficou pelo caminho.

O último salto de Évora: