O guarda-redes Alemão é um dos jovens jogadores do Tourizense, equipa da II Divisão que defronta quarta-feira o Benfica, em Tábua, e espera fazer a chamada «festa da Taça» frente aos encarnados, para dar seguimento à caminhada que poderá parar apenas no Estádio do Jamor. O guardião já lá esteve, contando no seu currículo com uma Taça de Portugal, conquistada ao serviço do Sporting, frente ao Leixões (1-0), em 2001/02, onde foi suplente de Nélson. «Fui suplente nas meias-finais e na final. É um momento único, a final do Jamor, e teria outro sabor chegar com o Tourizense, uma equipa pequena. Para isso, precisamos de vencer o Benfica», atira Alemão.
«É um marco histórico para o Tourizense, receber um grande, como foi eliminar o Paços de Ferreira, fora de casa. Este é um clube em crescimento, que está a fazer uma ascensão muito boa, e queremos continuar a ultrapassar etapas. Temos uma equipa jovem e, para muitos de nós, será uma montra, vamos dar o nosso máximo e tentar aproveitar uma eventual displicência por parte dos jogadores do Benfica, por irem defrontar uma equipa de menos dimensão», refere o guarda-redes, que foi formado no Sporting e que passou, entretanto, pelo Marítimo e pelo Castelo Branco.
Alemão é mais um exemplo de um guarda-redes proveniente dos escalões de formação de clube de topo que não consegue, contudo, encontrar as oportunidades para se afirmar ao mais alto nível. Tal realidade deve-se, sobretudo, «à falta de coragem de alguns responsáveis, que preferem apostar em outros guarda-redes, com menos qualidade». A titularidade de Moretto na recepção ao Paços de Ferreira, no último fim-de-semana, em detrimento de Quim, é o mais recente exemplo desta realidade. «É uma realidade que entristece bastante. Sobretudo, porque não estamos a falar de um guarda-redes qualquer, mas sim de um internacional português, que foi preterido para entrar um estrangeiro, que tinha chegado há uma semana ao clube», lamenta Alemão, que se cruzou nas camadas jovens com os benfiquistas João Pereira e Moreira.