A figura: Fredy Montero

Não marcou, é verdade, mas foi o colombiano que se conseguiu soltar e meter o Sporting na discussão do dérbi. Com Adrien e André Martins agarrados pelo meio-campo do Benfica, Montero saiu da marcação para vir buscar bola e conseguir criar espaços. Durante muito tempo, não teve apoio, nem de Capel, nem de Wilson. Os três iam criar o empate. Mas tudo começa em Montero. Inteligente, enganou a defesa encarnada. Os outros dois fizeram o resto. O movimento repetiu-se durante toda a partida e durante grande parte do tempo foi a melhor arma leonina. Montero não foi goleador, pouco atirou à baliza, mas foi a referência que o Sporting precisou, quer em ataque continuado, quer em contra-ataque. As aberturas no segundo tempo, e no prolongamento, para os lances mais perigosos dos leões assim o dizem. Grande jogo, faltou-lhe o golo no último lance que Artur defendeu.

Pontos positivos e negativos: O Sporting lutava pelo empate, não causava perigo mas soltou-se das amarras por uma vez e Capel não perdoou o Benfica. O 1-1 deu ânimo, mas duas falhas a meio-campo retiraram todo o moral ganho com o empate. Duas perdas de bola em zona fulcral a permitir que o Benfica saísse em transição rápida. Duas vezes isso aconteceu, duas vezes Cardozo castigou a menor agressividade dos leões naqueles lances. Na segunda parte, Adrien começou a aparecer, soltou-se de Amorim. Carrillo foi importante também, assim como a entrada de Slimani e Carlos Mané. Enfim, as mexidas do treinador. Isso aliado a um Montero que continuou a sair dos centrais, que agora tinham mais um problema para resolver, levaram o leão na direção da baliza de Artur. As bolas paradas ofensivas continuaram a ser um ponto forte deste leão.

Outros destaques

Adrien

Enorme segunda parte! Na primeira, Ruben Amorim não lhe deu hipótese. Adrien não se conseguiu soltar da marcação do benfiquista. Isso mudou nos segundos 45 minutos. Um choque entre ambos retirou o 6 das águias da partida e Adrien aproveitou. Livre, começou a organizar o jogo leonino. O Sporting apareceu mais vezes em melhor situação no ataque por causa do 23. Pausou, arrancou, o leão jogava ao ritmo das botas de Adrien. E chegou ao empate num livre dele. O melhor que se pode dizer dele, depois daqueles 45 minutos é isto: foi um leão em crescendo a cada minuto, um pouco como Matic (ver destaques do Benfica)!

Patrício

Três defesas tremendas e um erro descomunal! Na primeira parte, defende um tiro de Cardozo para canto, na segunda, outra espetacular com o paraguaio no tiro de novo, de pé direito na área. Depois, no prolongamento, nova estirada a remate de Ivan Cavaleiro. Mas o jogo ficou marcado pelo momento anterior a este. Luisão cabeceou no chão e Rui Patrício deixou a bola passar pelo meio das pernas. Golo e 4-3 para os encarnados. Um daqueles lances feios para qualquer guarda-redes do mundo. Aos 111, fez nova parada fantástica aos pés de Ivan Cavaleiro, mas o mal já estava feito..

Slimani e Carlos Mané

Pago para fazer aquilo, Slimani fez-se notar na Luz. Primeiro, causou um problema extra à defesa encarnada. Agora, havia dois pontas de lança a quem ter atenção. Depois, falhou pelo chão, mas resolveu pelo ar. Um golo, dizem, marca registada do avançado argelino, que empatou o encontro e o levou para prolongamento. Pago para fazer aquilo, merece o dinheiro que recebe. E o miúdo? Estreou-se num dérbi, mas parecia que estava a jogar com os amigos na rua. Carlos Mané teve
ginga, teve velocidade e o Sporting aproveitou-a. Causou imensos problemas à defesa do Benfica.

William

Viu-se em dificuldades que, provavelmente, nunca tinha experimentado ainda nesta equipa sénior do Sportign. Um dia depois de ser chamado à seleção por Paulo Bento, William viu-se pressionado por um meio-campo que lhe foi superior no primeiro tempo. Perdeu, inclusive, um lance que redundou em golo encarnado. Melhorou na segunda parte, até porque o jogo partiu. Ao olhar-se para o marcador do primeiro tempo, o Benfica saiu por cima. E isso passou por aquilo que William não foi capaz de fazer.