Yero desceu à terra e empurrou o Gil Vicente para os quartos-de-final da Taça de Portugal. Um golo pleno de oportunidade do «gigante» senegalês foi suficiente para eliminar a Oliveirense que, assim, falha o desafio de repetir as meias-finais da temporada passada. O Gil foi aquele golo de Yero e pouco mais, sobretudo desde que se apanhou a vencer. Muito pouco, é preciso dizer.

Curiosamente, mesmo tendo um dos mais altos jogadores da Liga na sua frente de ataque, foi quando colocou a bola no chão que o Gil Vicente criou mais perigo e, depois, chegou ao golo. Mais do que as ações do senegalês, a equipa de Paulo Alves vivia do que Luís Carlos, Pio e César Peixoto conseguiam fazer. Quanto este trio encontrava espaço para combinar o seu jogo, a Oliveirense tremia.

A equipa de João de Deus entrou com demasiado respeito ao Gil Vicente e quando quis ser ousada já estava em desvantagem. Para trás tinha ficado um remate perigoso de Luís Carlos, a abrir, que Mamadou defendeu e duas tentativas de Pio, também seguras pelo guarda-redes da Oliveirense, outro «gigante» e irmão do portista Abdoulaye.

E o golo claro. Na mais simples das jogadas, Pio lançou Luís Carlos na esquerda, que parou no peito e centrou rasteiro. Yero, no coração da área, fez um golo fácil.

Era o culminar do melhor período gilista. A partir daí e até ao intervalo, a Oliveirense cresceu e até podia ter empatado. O cabeceamento de Capela que Adriano foi ao solo buscar, foi apenas a mais flagrante das ocasiões, pois Peks ainda foi obrigado a tirar o golo a Diogo Santos e Banjai atirou por cima em excelente posição, após canto.

No segundo tempo, a Oliveirense entrou disposta a dar continuidade aos minutos finais da primeira metade, mas nunca conseguiu ser organizada. O Gil não precisava de muito esforço para apagar os fogos que o rival ia criando, mas de foco em foco o incêndio alastrava-se e o público ia perdendo a paciência.

Sem mexer na equipa, Paulo Alves confiava que os mesmos homens eram capazes de recuperar o domínio de um jogo que chegou a parecer bem mais simples. Mas não. Valeu o poste a evitar que o cabeceamento de Barry, a um quarto de hora do fim. E valeu Adriano, a evitar o chapéu vitorioso de Zé Pedro, já na reta final.

O Gil ia sobrevivendo ao espetro do prolongamento que a Oliveirense até merecia pelo que mostrava. Mesmo desorganizada, a equipa de Oliveira de Azeméis tinha uma vantagem extra sobre o Gil: pelo menos tentava. É que, no segundo tempo, a equipa de Barcelos não se viu.

Segue em frente a equipa,mas Paulo Alves está longe de ter tirado, apenas, notas positivas. Há muito a corrigir para as próximas batalhas.

Ficha de jogo:

Estádio Cidade de Barcelos

Árbitro: Pedro Proença

GIL VICENTE: Adriano; Paulo Arantes, Cláudio, Peks e João Pedro; Luís Manuel, César Peixoto e Pio; Luís Carlos (Bruno Pinheiro, 83), Yero e Luciano Amaral (Pedro Pereira, 18).

Não utilizados: Lúcio, Sandro, Rafa Silva, Halisson e Ramazotti.

Treinador: Paulo Alves

OLIVEIRENSE: Mamadou; Zé Pedro, Banjai, Diego e Paulinho (João Paulo, 84); Diogo Santos, Capela e Rui Lima; Hélder Silva (Ivan Santos, 52), Avto (Carlitos, 70) e Barry.

Não utilizados: João Pinho, Joca, Laranjeira e Rafa

Treinador: João de Deus

Golos: Yero (30)

Disciplina: cartão amarelo para Paulinho (19), Paulo Arantes (35), Yero (80), Joca (90)