Em trânsito para Manchester, os encarnados fizeram um desvio pela Figueira e só não levaram banhada no resultado: a chuva foi tanta que, por vezes, futebol nem vê-lo. No regresso ao terreno onde sofreu a última derrota para a Liga, há sete meses, o Benfica tinha, desta vez, Rodrigo, o tal que resolve. Depressa e bem.

Custou, as condições atmosféricas não ajudaram nada, mas a missão foi cumprida. Com suor e talvez maior desgaste do que o esperado. Agora, as atenções viram-se para a Liga dos Campeões, para mais uma cartada decisiva na prova milionária. Uma palavra fica, todavia, para a Naval, que se bateu galhardamente e vendeu cara a derrota.

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Já se sabia, à partida, que os encarnados iriam apresentar-se com muitas ausências (Gaitan, Cardozo, Saviola, Maxi Pereira, Witsel...), mas Jorge Jesus conseguiu ainda poupar mais alguns habituais titulares no onze, ao deixar Bruno César e Rodrigo no banco, em favor da aposta na juventude.

A dupla Rodrigo Mora/Nélson Oliveira na frente chamava à atenção, mas havia também Miguel Vítor a lateral direito improvisado e Rúben Amorim à sua frente, tal como diante do «amigável» com o Galatasaray. Às contrariedades trazidas de Lisboa juntaram-se, na Figueira, o dilúvio e as inevitáveis consequências para o relvado.

Ao Benfica, interessava certamente marcar cedo, porque, com o passar do tempo, as condições de jogo só poderiam piorar. A verdade, porém, é que a Naval revelou tenacidade na defesa e atrevimento no ataque e, tal como prometera o seu treinador, dificultou ao máximo a vida das águias.

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Nolito, sobretudo ele, mas também Nélson Oliveira foram aqueles que começaram por estar mais próximos estiveram do golo, mas Taborda mostrou reflexos, e, sem complexos, os figueirenses também conseguiram assustar, por intermédio de Edivaldo Bolívia. Quanto mais a «piscina» enchia, mais ficava claro que o jogo só poderia resolver-se num lance fortuito ou numa bola parada.

Menos chuva, mais bola

A chuva decretou uma curta trégua na segunda parte e, automaticamente, algum futebol veio à tona. Os encarnados quase inauguraram o marcador, num lance entre Nolito e Javi Garcia, mas a água fez das suas logo a seguir, num contra-ataque da Naval: Zé Rui tinha tudo para fazer golo, só que a bola fugiu-lhe, por culpa do estado do terreno.

Desse mal não sofreu Edivaldo Bolívia pouco depois, quando apareceu isolado frente a Eduardo e o surpreendeu com um chapéu que levou a bola a sair devagarinho até rasar o poste direito da baliza do internacional português. Respondeu o Benfica, por intermédio de Bruno César, e melhor ainda esteve Taborda a defender de calcanhar!

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O jogo estava, definitivamente, aberto e obrigara Jorge Jesus a ir buscar os pesos-pesados ao banco, Bruno César e, claro, Rodrigo. A Naval mantinha-se ameaçadora em contra-ataque e até mudara o sistema táctico para 4-4-2, juntando mais um avançado a Edivaldo em detrimento de um «trinco», Delson.

Quando o jogo começa a ameaçar prolongamento, o brasileiro naturalizado espanhol voltou a fazer um golo supersónico. Marcou ao primeiro toque na bola e sossegou os corações benfiquistas. Mas não os poupou a uma prova de esforço, a apenas quadro dias da viagem a Manchester.