O Vitória carimbou passagem para a 3ª eliminatória da Taça de Portugal em voo. Um voo de Cohene e outro de Cardozo que acabaram com todas as dúvidas sobre o resultado ainda no primeiro tempo. Dois paraguaios, duas cabeças a ditar o fim da viagem do bom Santa Maria do Campeonato Nacional de Seniores, uma equipa que tinha deixado o Nacional pelo caminho, mas que não sobreviveu ao Vitória de Couceiro. Continua imbatível.

O Bonfim recebeu o protagonista da maior surpresa da ronda anterior e o Santa Maria chegou com a ideia de repetir o resultado com o Nacional da Madeira. Entrou forte, com intensidade e a correr a qualquer bola que estivesse em pés contrários. Pelo que se via dos momentos iniciais, não surpreendeu assim tanto que fosse o Santa Maria a primeira equipa a causar perigo. Servin segurou o nulo com uma boa defesa a remate de Venú.

Eis o problema: se é para jogar com intensidade e meter força, o Vitória está para isso. Equilibrou o meio-campo pelo empenho de Paulo Tavares e Terroso e começou a ganhar algumas faltas, o que lhe permitiu ir ganhando metros. A primeira mais próxima da área do Santa Maria resultou no 1-0. Um livre de Paulo Tavares com Cohene a saltar mais alto que a defesa minhota e a cabecear para o fundo das redes.

O futebol surpreende-nos muitas vezes, mas também é verdade que a matemática nos diz que o mais forte ganha mais vezes. É uma questão de probabilidades. Antes do jogo, essas estavam inclinadas para os sadinos. Por isso, com o 1-0, foi apenas a lógica a imperar.

A partir daí, o Santa Maria praticamente só chegou à área do Vitória através de bola parada. Já os sadinos subiam pelas laterais, Ney em combinações, Kiko em progressão. Uma perdida de Sabino a cruzamento do brasileiro e um remate de Paulo Tavares antecederam o lance que definiu o resultado.

Sabino fugiu da direita para a esquerda, viu Rosado nolado contrário e abriu lá. O pé esquerdo do camisola 28 tratou de meter a bola na área, onde Cardozo resolveu com um voo. O 2-0, em cima do intervalo, confirmava a matemática desportiva, ainda que que isto seja futebol, ainda que isto seja a Taça de Portugal.

Com o marcador numa diferença de dois golos, o Vitória jogou mais solto, o Santa Maria não tinha nada a perder. Teve uma ocasião de ouro para reentrar na discussão do resultado, mas Venú voltou a desperdiçar, desta vez de forma incrível, num penálti em bola corrida, por assim dizer.

A emoção da partida quase morria ali. O Vitória voltou a dominar o jogo, rondou a área de Fábio Pereira, mas não matou o jogo. Sabino demorou quase sempre a atirar à baliza e o perigo era sempre relativo. Até que Alex, o melhor do Santa Maria, disparou uma bomba nos minutos finais, só para devolver um pouco de ansiedade às bancadas. O golaço do camisola 18 foi o momento mais bonito da partida. De nada serviu na eliminatória, mas meteu justiça no marcador. A diferença mínima ajusta-se melhor do que o 2-0 do primeiro tempo. Segue o Vitória na Taça, continua sem perder com Couceiro ao comando.