«Tenho 22 anos…» A frase foi repetida várias vezes por André Gomes durante a apresentação no Barcelona, sobretudo quando o tema era a Bola de Ouro. O médio português chegou ao clube blaugrana num negócio que implica o pagamento de 35 milhões de euros fixos, «um montante máximo de 20 milhões de euros variáveis em função do rendimento do jogador e da equipa», e ainda «um prémio especial que pode chegar a um máximo de 15 milhões de euros [para o Valencia] no caso de o jogador chegar a ser várias vezes Bola de Ouro».

Pressão para alguém que faz questão de lembrar que ainda é jovem e quer crescer? André Gomes garante não. «Estou tranquilo. Isso são cláusulas de futuro, não para agora. Nunca se sabe o que vai acontecer e espero ficar aqui por muitos anos e disfrutar do melhor futebol», disse o jogador aos jornalistas na conferência de imprensa de apresentação.

«Não penso na Bola de Ouro», garantiu perante nova pergunta dos jornalistas. «Isso não pode ser uma obsessão porque há coisas mais importantes. E, além disso, há jogadores muito bons, como Iniesta, que nunca a ganharam. Não conheço ninguém que não se maravilhe com Iniesta, e ele nunca a ganhou». Competir com Ronaldo e Messi pela Bola de Ouro? «De momento deixo isso para eles, não me candidato», frisou.

E entre as «coisas mais importantes», André Gomes deu um exemplo. «Ganhar algo com o meu país, e já consegui isso».

«Essa cláusula não me dá mais ou menos confiança. Confiança dão-me as pessoas que me escolheram», garantiu.

E o que levou as pessoas que o escolheram a colocar essa cláusula? A resposta surge pela boca de Albert Soler, diretor desportivo do Barcelona: «Isso foi uma coisa que surgiu com a negociação e que queríamos que acontecesse. Não nos importamos nada de pagar esse valor. Não é uma responsabilidade para ele», respondeu, falando depois diretamente para André Gomes: «Se isso não acontecer, fica tranquilo que nós sabemos que jogador temos e queremos é ver a evolução tranquila. Mas estamos convencidos de que vai acontecer».