Maicon, jogador do FC Porto emprestado ao São Paulo, levou à demissão de Luiz Cunha, diretor de futebol do clube brasileiro. A saída do diretor aconteceu porque, em vez de o clube se concentrar em garantir primeiro a continuidade de Maicon, avançou para a contratação do avançado peruano Cueva, contra o que tinha sido estipulado por Luiz Cunha.
«O problema é que acredito que não podemos gastar antes de resolver a situação do Maicon e saber quanto dinheiro teremos disponível. Ninguém me consultou sobre contratação. Procurei o Gustavo Vieira [diretor de futebol], e perguntei se estávamos a contratar alguém, e ele disse que havia uma negociação em andamento, no valor de 2 milhões de dólares (1,7 milhões e euros). Disse-lhe para parar imediatamente. Para não fazer nada até resolver com o Maicon. Quinze dias depois ele informou-me que tinha feito a contratação», disse o diretor demissionário, em entrevista ao UOL.
Cueva foi anunciado pelo clube brasileiro na quinta-feira, mas o jogador, que foi contratado ao Toluca, do México, não poderá jogar a reta final da Libertadores pois já jogou a competição pelo clube mexicano.
O São Paulo também tenta manter Maicon para a disputa das meias da Libertadores, contra os colombianos do Atlético Nacional, que decorrem nos dias 6 e 13 de julho, mas o empréstimo do FC Porto ao São Paulo termina no dia 30 de junho.
Luiz Cunha ainda alegou outras divergências para explicar a saída. «As questões são estruturais. Como se pode gerir o futebol sem estar em compasso com a gestão financeira do clube? Como pode contratar sem consultar o diretor, gastar o que o diretor acredita que o clube não pode gastar? Tem a questão da integração com a base. Fui chamado pelo presidente para fazer essa integração. Mas ela não estava a acontecer como deveria. Não existe conversa entre os treinadores. Temos uma estrutura arcaica que espero ajudar a mudar com minha decisão», explicou.
Cunha tornou-se diretor de futebol em março, após Ataíde Gil Guerreiro, então vice-presidente de futebol, ter sido deslocado para o departamento de relações institucionais devido ao desgaste que sofria por causa dos maus resultados do clube.
Em comunicado, o São Paulo agradeceu os trabalhos de Luiz Cunha e confirmou a saída.
