Giovanni Trapattoni recordou esta segunda-feira Eusébio como um «adversário leal», recordando a final da Taça dos Campeões de 1963, mas também como um «amigo», lembrando os tempos em que foi campeão como treinador do Benfica, em 2004/05.

«Era um amigo, um adversário muito leal e quando o encontrei no Benfica, como elemento da estrutura do clube, foi um amigo. Vai fazer muita falta, é uma grande perda», afirmou o antigo treinador do Benfica, em declarações à agência Lusa.

O antigo internacional italiano defrontou Eusébio, quando representava o Milan, na final da Taça dos Campeões Europeus de 1962/63, em Wembley, que o Benfica perdeu por 1-2. Os dois jogadores aparecem juntos numa fotografia histórica que retrata o lance do golo solitário do Pantera Negra. «É uma fotografia que tenho no meu livro de recordações, que mostra quando Eusébio arranca do meio-campo, em potência, e eu corro direito a ele, mas ele era muito mais veloz do que eu e fez um golo a Ghezzi, um golo incrível, e agora devo reconhecer que era impossível deter o Eusébio», explicou Trapattoni.

O antigo jogador apenas equipara o brasileiro Pelé a Eusébio, sem esquecer que o Benfica, na altura, já contava com Mário Coluna. «O Benfica antes do Eusébio tinha o Coluna, mas o Eusébio era o maior no seu tempo. Creio que nessa altura só se falava de Pelé e Eusébio, que venceu a Taça dos Campeões. Era um jogador com técnica potente, que fazia golos de pé em força, mas também fazia golos de cabeça», salientou.

A morte de Eusébio, no domingo, aos 71 anos, apanhou Trapattoni desprevenido. «Já sabia que o Eusébio não estava bem, mas creio que devo uma palavra à família, que foi um grande desgosto, porque Eusébio não era só um campeão, um adversário, mas também um grande amigo quando estive no Benfica. Ajudou-me, esteve comigo e, por isso, considero que é uma grande perda para mim, mas também para o futebol mundial, porque Eusébio, no seu tempo e com o grande Benfica, era juntamente com o Pelé um dos grandes jogadores do Mundo», rematou.