A República da Irlanda já foi eliminada do Euro-2012, mas Giovanni Trapattoni não para. As três derrotas na fase de grupos adiante da Croácia, Itália e Espanha, não quebraram o entusiasmo do carismático treinador que, aos 73 anos, está determinado a prosseguir a carreira, mesmo depois de receber muitos conselhos para colocar um ponto final.

«Um filósofo disse que quando um homem perde interesses, está morto. Eu tenho um poço de energia e entusiasmo muito maiores dos que os poços de petróleo da Líbia, Arábia Saudita e países como esses. Tenho um desejo de viver, de aprender, de treinar, de enfrentar o mundo. E quero a vingança pela Irlanda depois deste Euro», destacou.

O treinador italiano admite que cometeu erros, mas acredita que a Irlanda saiu mais forte do Campeonato da Europa. «Cometi alguns erros e não consigo dormir à noite a pensar neles. A equipa pode ser rejuvenescida. Há alguns talentos interessantes, a começar por Darron Gibson. Há ele e o James McCarthy, um jogador que não pudemos contar porque teve uma infelicidade familiar. Há alguns veteranos, como Robie Keane e Damien Duff com quem temos de conversar para perceber se querem continuar», acrescentou.

Trapattoni reconhece que a Irlanda não surpreendeu ninguém, mas recusa a ideia que a campanha foi um desastre. «Continuo orgulhoso deste grupo. Não entrámos bem frente à Croácia, pareceu que fomos esmagados pela tensão e emoção. A Espanha foi demasiado forte para nós, mas frente à Itália o verdadeiro espírito irlandês emergiu. Falhámos muito, especialmente no cantos e nos livres. Temos de ter mais cuidado, mas a equipa reencontrou-se e recuperou a sua credibilidade. É por isso que digo que não foi um desastre, foi uma grande experiência para nós», comentou.

O treinador quer, agora, fazer experiências com novos jogadores nos próximos jogos, tendo em vista a fase de qualificação para o Campeonato do Mundo, mas admite que a Irlanda está ainda longe do nível da maioria das seleções europeias. «Vamos fazer experiências, apenas do tempo ser curto. O particular com a Sérvia a 15 de agosto vai dizer-nos alguma coisa. Temos de admitir que o futebol irlandês não está ao nível de outros. Há uma grande diferença entre a liga irlandesa e o futebol internacional. A seleção ainda tem um longo caminho para percorrer. Ainda falta um pouco, mas temos um bom nível técnico e a exibição rente a Itália reforçou a nossa confiança. Nada é impossível. Acredito nos meus jogadores», atirou a finalizar.