O português Manuel Balela assumiu nesta segunda-feira o comando técnico do Kawkab Marraquexe, clube da II divisão do campeonato marroquino presidido por Tahar, defesa que se notabilizou ao serviço do Benfica. José Romão também se encontra no país africano, no comando técnico do WAC Casablanca.
Em entrevista ao Maisfutebol, Manuel Balela, que orientou esta tarde o primeiro treino, salienta as boas condições existentes num país onde já trabalhou, lembrando que cumpriu os objectivos quando lhe foram concedidas oportunidades para trabalhar como técnico principal em Portugal.
«Em princípio, vou assinar só até ao final da época. O clube quer mais um ano, mas prefiro assim, para ver o que acontece a seguir. Pode até surgir outro convite, como aconteceu há nove anos, quando estive aqui no WAC Casablanca e precisamente no Kawkab», começou por dizer Manuel Balela, a partir de Marraquexe.
O treinador português ainda não tomou o pulso à equipa, mas tem recolhido boas indicações junto de Tahar, responsável pelo seu regresso a Marrocos, tal como Hassan, ex-jogador do Farense que tem dialogado com o algarvio: «O objectivo é a subida de divisão, mas ainda não conheço a equipa. O Kawkab é uma equipa ao nível do Sporting de Braga, logo atrás dos grandes, mas teve o azar de descer. Mas tem boas condições, a equipa de esperanças ficou em segundo lugar no seu campeonato e também fui convidado para trabalhar a esse nível».
Manuel Balela fez, então, novamente as malas, procurando em Marrocos a notoriedade que raramente teve em Portugal. «Não sei se tive as oportunidades suficientes. O que posso dizer é que, quando tive oportunidades em Portugal, cumpri. Como treinador principal, consegui subir o União da Madeira na II Divisão B para a Liga de Honra e depois saí do Farense com a equipa a dois pontos da zona de subida», explica.
A passagem pelo Farense e a crise que assolou o clube argarvio foram descritas num tom amargo. «Estava no Farense e havia cinco meses de salários em atraso. A certa altura, disseram-nos que não havia condições, que não ia mesmo haver dinheiro, tive de sair e a partir daí aconteceu o que todos sabem. É uma pena ver o Farense neste estado, actualmente, espero que consigam recuperar o clube», concluiu.