Tiago, ex-internacional português que foi anunciado esta semana como novo treinador do V. Guimarães, é um dos participantes do curso UEFA PRO (Grau IV), ainda que o nome do técnico não esteja na listagem dos 40 candidatos admitidos à edição de 2020/21 do curso.

Segundo foi possível apurar ao Maisfutebol, o técnico de 39 anos foi admitido no curso ao abrigo da condição de «supranumerário», condição que permite às federações acrescentarem lugares extra àqueles que estão abertos e serão ocupados através de concurso.

Nos 13 critérios de seleção dos candidatos, Tiago preencheria apenas o oitavo («Ex-jogadores(as) que realizaram pelo menos sete épocas desportivas completas como profissionais nas divisões de topo de federações membros da FIFA ou da UEFA») e o 12.º, destinado a treinadores adjuntos de seleções nacionais sub-19 ou inferiores. No entanto, o antigo futebolista não cumpriria um dos requisitos indispensáveis para a aceitação de candidatura: ter exercido a função de treinador durante um mínimo de três épocas desportivas em campeonatos nacionais ou ligas profissionais portugueses ou de outros países.

Ora, em ligas profissionais Tiago soma apenas uma época (2017/18) enquanto adjunto da equipa principal do Atlético Madrid, mas beneficiou, como foi referido, de um regime excecional permitido pela UEFA e ao qual a Federação Portuguesa de Futebol recorre, à semelhança de outras congéneres europeias, para dar formação ao treinadores que tem integrados nos quadros e que também é aproveitado por outras associações.

O caso de Tiago não é, aliás, inédito: ao longo dos últimos anos, têm sido vários os casos de treinadores ligados à Federação que se têm formado ao abrigo do estatuto de «supranumerário», que, foi garantido ano nosso jornal, não retira vagas às candidaturas convencionais.

Recorde-se que a lista dos 40 candidatos admitidos para frequentar o curso UEFA PRO (Grau IV) foi publicada a 10 de julho, tendo a formação geral começado três dias depois, altura em que Tiago ainda estava integrado nos quadros da FPF.