A instrução do processo aos incidentes no túnel da Luz dá como provadas as agressões de Hulk e Sapunaru a «stewards». Também considera que houve provocação dos assistentes do recinto a jogadores e outro «staff» do F.C. Porto, pelo que defende uma penalização para o Benfica.
A acusação, que é divulgada nesta segunda-feira pelo jornal «Record» e de que o Maisfutebol lhe dá mais pormenores, considera que Hulk praticou «agressão sobre interveniente com direito de acesso ou permanência», incorrendo numa pena de seis meses a três anos de suspensão. Sapunaru é acusado de duas infracções idênticas, por agressão a dois «stewards». No caso do romeno, a sanção deverá ter «como limite superior a soma das penas, sem que possa exceder o limite máximo da pena correspondente à infracção mais grave».
Quanto ao Benfica, é defendido que o clube «não assegurou a ordem e a disciplina no interior do túnel, permitindo que os stewards provocassem verbalmente jogadores e staff do F.C. Porto e se gerasse desordem e confronto físico». A infracção cometida pelo Benfica enquadra-se, segundo o relator, na «inobservância de outros deveres», por não estar expressamente prevista no regulamento. É uma infracção leve, punível com multa de 250 a 2500 euros. Nota ainda a acusação que o clube já foi sancionado esta época com 11 infracções disciplinares leves e pode ser considerada reincidente, o que é uma circunstância agravante. Tal como o são a gravidade dos factos e «a intensidade do dolo revelada pelos «stewards».
No caso de Hulk, considera-se atenuante a «provocação verbal que lhe foi dirigida pelos stewards, bem como o facto de os stewards terem usado os braços para tentar conduzir» o jogador. Mas o facto de o avançado do F.C. Porto já ter cometido uma infracção grave (a expulsão na primeira jornada) é considerado agravante. Bem como o são «a intensidade do dolo e as tentativas de agressão a soco que precederam a agressão a pontapé» sobre o steward.
Sapunaru tem também como atenuante o facto de ter havido provocação anterior, e como agravantes «a intensidade do dolo» e «o carácter reiterado dos actos ofensivos da integridade» do steward Sandro Correia, bem como «as respectivas consequências».
Provocações e agressões
A acusação descreve de resto os acontecimentos no túnel. Fala de uma primeira discussão entre Fernando Oliveira, responsável da segurança portista, e um steward. Salienta que o director de operações da Liga, Carlos Lucas, presente no local, solicitou «expressamente» aos stewards que «não empurrassem nenhum agente desportivo». E relata que depois do jogo o supervisor Sandro Correia «começou a dirigir-se verbalmente aos elementos do F.C. Porto de forma provocatória». Terá usado expressões como «Vão lá para dentro» e «Voltem lá para cima».
Diz ainda que os assistentes «integrados no cordão humano começaram também a dirigir provocações verbais aos jogadores e staff do F.C. Porto presentes no local, designadamente Fernando Oliveira, Hulk e Sapunaru, enquanto colocavam as mãos nos aludidos elementos no sentido de conduzi-los para o balneário».
O relator entende que essa atitude levou a que os ânimos se exaltassem, gerando-se «empurrões de parte a parte» e de seguida as agressões de Hulk, a Sandro Correia, e de Sapunaru, ao mesmo steward e a outro, Ricardo Silva.
O relatório diz ainda que depois dos incidentes houve confusão generalizada, mas não foram identificados mais jogadores.
Os incidentes reportam-se ao clássico de 20 de Dezembro e a decisão da Comissão Disciplinar da Liga ainda não é conhecida.
[Notícia actualizada]