Um F.C. Porto com duas caras, uma para cada parte do jogo, goleou tranquilamente este sábado a União de Leiria na cidade do Lis. Num último assomo de orgulho na despedida da Liga, mesmo sem hipótese de ir além do terceiro lugar, os portistas cumpriram a obrigação depois de uma falsa partida que lhe valeu uma derrota (1-0) ao intervalo e uma péssima imagem do real valor desta equipa.

U. Leiria-F.C. Porto, 1-4 (destaques)

Rúben Brígido (U. Leiria) e a estreia: «Realizei um sonho»

Lito Vidigal (U. Leiria): «Fomos iguais ao F.C. Porto»

José Gomes (F.C. Porto): «Nada atenua a perda do título»

Com uma segunda parte demolidora, os comandados de José Gomes - Jesualdo cumpriu castigo - puxaram dos galões e marcaram quatro golos sem resposta, dois deles por intermédio de Falcao, afinal o grande protagonista da noite face à necessidade de destronar Cardozo no cimo da lista de melhores marcadores. Objectivo cumprido, oitava vitória consecutiva na Liga, o melhor momento da época. Agora, venha de lá essa final do Jamor.

Jesualdo Ferreira reservou duas surpresas para este jogo, ao colocar Nuno André Coelho, numa estreia a titular na Liga, e Valeri nos lugares de Bruno Alves e Raul Meireles. Já a aposta em Miguel Lopes para a lateral direita, face ao castigo de Fucile, surgiu de forma natural. O F.C. Porto começou a partida em ritmo lento, permitindo à U. Leiria organizar-se defensivamente e prepara-se para os contra-ataques que haveriam de levar ao golo de Cássio.

André Santos e Marco Soares foram os primeiros a ameaçar, com remates desviados na defesa que deixaram Beto de sobreaviso mas o remate certeiro, esse, foi mesmo do brasileiro goleador, que aproveitou bem uma jogada desenhada entre Silas e o jovem Rúben Brígido, com este a servir o colega em bandeja de ouro.

A perder, esperava-se uma reacção vigorosa dos tetracampeões. Nada disso aconteceu. Guarin ainda cabeceou ligeiramente por cima da trave, num canto de Hulk, e depois foi um marasmo quase total, que só serviu os interesses dos leirienses, entretanto mais acantonados à frente da baliza de Djuricic.

As dúvidas quanto à possível titularidade de Cristian Rodriguez ficaram fundamentadas na primeira incursão de José Gomes ao banco, que não hesitou em lançar o uruguaio, para o lugar de Valeri, no dealbar da segunda parte. Também Lito Vidigal não ficou indiferente e ao trocar Rúben Brígido por Hugo Gomes permitiu a Vítor Moreno subir para o meio-campo, por forma a ganhar mais musculo no sector nevrálgico do terreno.

Reviravolta em quatro minutos

Cássio viu Beto negar-lhe o segundo, depois de mais um bom passe de Silas, mas foi Guarin que encontrou o caminho das redes, a despeito dos protestos da equipa da casa, alegando fora-de-jogo do marcador do golo. A reviravolta estava mesmo ao virar da esquina, desta vez pelo jogador que todos queriam ajudar: Falcao. Novamente depois de uma defesa para a frente de Djuricic, outro colombiano brilhou.

Consumada a passagem para a frente do marcador, a equipa embalou para a goleada e Falcao até pôde ampliar o pecúlio pessoal, colocando Cardozo sobre pressão para este domingo. Foi quase como um passeio à beira Lis.