E mais uma vez, cumpriu-se a tradição. A U. Leiria nunca ganhou em casa ao Portimonense e também não foi neste domingo que o conseguiu, logo no momento em que mais precisava. A derrota, por sinal a sétima consecutiva dos leirienses entre portas, não só permitiu aos algarvios continuar a acreditarem no «milagre», como os colocou, agora, sob maior pressão.

Ao cabo do oitavo jogo sem ganhar, os comandados de Pedro Caixinha, pese os 30 pontos, continuam sem ver confirmada a manutenção de forma matemática e o cenário só não é pior porque a Naval perdeu em Vila do Conde, mantendo-se a sete pontos quando ainda há nove em disputa.

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Depois de receber o último classificado e não conseguir ganhar, só falta ao Leiria mais uma tentativa, curiosamente diante de outro aflito, a Naval, para conseguir quebrar a maldição. De outra forma, terá passado toda a segunda volta sem um triunfo entre portas.

Além disso, o calendário leirienses é tudo menos fácil até final da época. Dentro de 15 dias, visita à Pedreira, depois o tal «tira-teimas» com os figueirenses, e finalmente uma visita à Luz...

O jogo, como seria de esperar, caracterizou-se pelos nervos, com uma expulsão para cada lado, num espectáculo de fraca qualidade, sobretudo da parte da equipa da casa. Se é isto que se oferece num jogo de entradas à borla, provavelmente, da próxima vez, vai ser preciso pagar a muita gente para os ajudar a aguentar tamanho tédio com coisas bem mais interessantes para fazer numa tarde de domingo soalheira.

Leiria a vê-los jogar...

Pedro Caixinha, para não variar, voltou a trocar a estabilidade no onze em prol da inovação e, com quatro mudanças em relação ao jogo no Bonfim, apresentou uma equipa num esquema mais próximo daquele que tão bem funcionou na primeira metade da época, em 4-1-3-2. Faltava, no entanto, um «criativo» aos leirienses - Leandro Lima e Cacá ficaram no banco - e as saídas para o ataque pareceram sempre muito previsíveis e descoordenadas.

Por seu turno, Carlos Azenha resolveu o problema da ausência de Ricardo Pessoa com recurso a uma linha de quatro centrais, mas desfez a dupla habitual, colocando André Pinto como lateral direito para «puxar» Ricardo Nascimento para o lado de Rúben Fernandes. Di Fábio, a surpresa no onze, alinhou como defesa esquerdo.

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Os algarvios tiveram mais intencionalidade e desperdiçaram as melhores oportunidades do jogo, com destaque para a acção de Pedro Silva, que até atirou ao poste e engrenou uma série de outras boas iniciativas com relativo perigo para a baliza de Gottardi. A equipa da casa, mais indefinida, respondia em lances de bola parada, tentando tirar proveito do futebol aéreo, mas com pouca clarividência.

O golo do Portimonense, e até o seu marcador, não foi, por conseguinte, minimamente surpreendente. Surgiu com inteira justiça e num prémio merecido para a equipa que mais fez para ficar com os três pontos. Pedro Caixinha decidiu então correr alguns riscos, mas tirou um ponta-de-lança (João Silva) para meter dois médios-ofensivos, Cacá e Rúben Brígido.

A expulsão de Panandètiguiri (conseguiu ver dois amarelos em três minutos!) complicou ainda mais a vida à equipa da casa mas Pedro Silva «solidarizou-se» com o colega de profissão, contribuindo para um final de grande tensão. Nessa fase não deixa de ser sintomático que o Leiria não tenha sequer dado trabalho a Ventura...