A figura: Matías Fernández

Entrou na segunda parte, mas muito a tempo de resolver. Só precisou de uma oportunidade, mesmo que longe da baliza. Apontou o único golo do encontro, de livre direto, e, só por isso, merece ser protagonista. No resto, tentou dinamizar um meio-campo que poucas vezes encontrou espaços. Aliás, foi isso mesmo que aproveitou na falta, o espaço que Oblak deixou entre a barreira e o poste. A pontaria e a visão de Matías deram três pontos ao leão, quando tal já não se previa. Teve iluminação para bater o livre para aquele lado.

O momento: minuto 90+11

O Sporting não criava espaço na defesa leiriense. Pelo menos, de forma constante. Daí que, um livre, seria sempre uma boa oportunidade para criar perigo. Já se jogavam longos minutos de descontos quando Matías atirou para o lado de Oblak e bateu o guarda-redes. Um golo do chileno que valeu a primeira vitória fora dos leões em pouco mais de cinco meses de campeonato, ao 12º minuto de descontos, devido a uma falha nos holofotes. Mas esses mesmos iluminaram o chileno nos festejos leoninos.

Outros destaques

Insúa

A noite europeia que viveu em Alvalade prolongou-se pela A8 e chegou à Marinha Grande. Esteve em destaque na esquerda, nesta tarde/noite como extremo. Apareceu na zona de finalização, mas aí foi infeliz. Cometeu o pecado de não ser fatal, porque de resto demonstrou uma vontade grande em fazer bem e levar os três pontos. E não foi só por ter aparecido no sítio certo. Por exemplo, no segundo tempo, cruzou para Rubio, que chegou tarde. Enfim, esteve bem em quase tudo menos na finalização, mas é bom recordar que é lateral-esquerdo (curiosamente, acabou a extremo-direito). Estivessem todos no nível do argentino e, certamente, o jogo leonino na Marinha Grande diferenciava-se da cor do tempo, cinzento.

André Martins

É o 28, é pequenino e tem futebol nos pés. Mais do que isso, toma boa decisões, o que é sinal claro de inteligência. No primeiro tempo, o mais rápido no meio-campo foi ele. E nem se está a falar de correr, está a falar-se de decidir. Receção e, de imediato, uma ideia de para onde ia a bola. Serviu Carrillo, serviu Arias, meteu Insúa na cara do golo, que fez cara feia ao argentino. Na segunda parte, uma das melhores ocasiões também saiu dos pés de André Martins, que descobriu Xandão ao segundo poste. Depois, saiu, porque o estatuto de Matías Fernández fazia prever que qualquer coisa de melhor podia sair do 14 leonino. E saiu mesmo.

Arias

Apanhou um susto logo a abrir, quando Bruno Moraes fugiu-lhe nas costas. Recompôs-se e lançou-se no ataque, pela direita. Aí desequilibrou bem, a perceber quando podia «ultrapassar» Carrillo ou quando tinha o flanco aberto pelo peruano, que tinha ido ao meio. Fez um cruzamento milimétrico para Insúa e depois teve uma bela jogada na área, que Ogu conseguiu desviar para canto.

Bruno Moraes

O pé direito de Bruno Moraes é o que tem mais qualidade técnica na U. Leiria. Pensando bem, até o esquerdo. O avançado brasileiro jogou sozinho na frente, começou por ter a primeira ocasião da partida, mas Patrício negou-lhe o golo. Depois, meteu-se em luta com os dois centrais leoninos. É verdade que estava em inferioridade, mas também é certo que ganhou alguns lances que trouxeram a União para a frente. No primeiro tempo, ainda teve outra hipótese para atirar, desta vez mais fraco, mas com o mesmo efeito: defesa de Patrício. Na segunda parte, esgotou-se.