A UEFA divulgou nesta segunda-feira as alterações ao regulamento disciplinar para a temporada 2006/07 onde, conforme adianta, duras medidas contra o racismo estão contempladas, depois dos exemplos recentes. Assim, está prevista uma sanção de cinco jogos, ou um afastamento temporário, para qualquer elemento que «insulte a dignidade humana de uma pessoas ou grupo de pessoas, de qualquer forma, incluindo menções à cor, raça, religião ou origem ética.»
Este último parâmetro pode enquadrar-se no diferendo entre Zidane e Materazzi, na final do Mundial entre França e Itália, em que o francês cabeceou o seu adversário no peito. Foi aventada a hipótese de o defesa-central se ter referido às origens argelinas de «Zizou» ou de lhe ter chamado «terrorista». Não ficou provado, mas o italiano foi castigado com dois jogos de suspensão pela FIFA na sequência da «provocação».
O organismo que regula o futebol europeu tinha prometido avançar com a perda de pontos para os clubes envolvidos em manifestações de racismo, mas para já não está contemplado no regulamento uma alínea clara sobre o tema. Cada caso será analisado individualmente, prevendo-se uma sanção pecuniária mínima de 19 mil euros. Depois, os actos de racismo poderão levar os clubes a ter de jogar «um ou dois encontros à porta fechada», a perda do encontro, dedução de pontos ou desqualificação da competição.
Noutro âmbito, a principal novidade em termos regulamentares passa pela imposição de um castigo de um ou dois jogos para quem, por meio de simulação, induza o árbitro a cometer um erro de avaliação. A UEFA pretende punir ainda o que designa de «conduta imprópria de uma equipa», quando pelo menos cinco jogadores forem admoestados pelo árbitro durante uma partida de futebol (três no futsal).
Por fim, o organismo reafirma que todas as decisões do árbitro são finais. Como tal, apenas as sanções disciplinares inerentes às determinações do juiz da partida poderão ser alvos de reavaliação, não havendo lugar para recuos durante o referido encontro.