A Liga dos Campeões volta a mudar a partir de 2018 e as alterações terão influência no acesso à fase de grupos. Portugal, nomeadamente, perde uma terceira equipa no play-off, passando a entrar em prova mais cedo. Isto no caso de Portugal chegar a essa época mantendo o sexto lugar atual. Se cair para sétimo, o que ainda pode acontecer, perde garantidamente um lugar nas provas europeias, o terceiro no acesso à Champions, cenário que se mantém em relação ao atual. 

A partir da temporada 2018/19, cujo ranking ficará fechado no final da época atual, os quatro países melhor classificados ganham lugares diretos na fase de grupos, passando a ter cada um direito a quatro equipas. Ou seja, metade dos lugares da fase de grupos da Liga dos Campeões passa a estar desde logo reservada para os primeiros quatro países do ranking. São mais cinco lugares garantidos do que até agora.

Depois há mais oito lugares para os seis países que se seguem na hierarquia, o que encurta o número de países com entrada direta: até agora, o campeão do 11º e do 12º classificados entravam também nos grupos.

Também entram na fase de grupos os campeões em título: o detentor da Liga dos Campeões e também o vencedor da Liga Europa. Portanto, sobram seis lugares a partir da qualificação, sendo que quatro serão reservados a equipas que tenham sido campeãs nos seus países, mas com ranking que não lhes dá entrada direta. Restam apenas dois para equipas que não tenham sido campeãs.

O Maisfutebol mostra-lhe aqui, a partir de informação da UEFA, as alterações na lista de acesso às competições europeias. O primeiro quadro mostra o cenário atual, o segundo o novo cenário para o ciclo 2018/2021.

A lista de acesso à Liga dos Campeões para 2017/18, já fechada

P

País

FG

PO (NC)

3ª (NC)

4ª (C)

3ª (C)

2ª (C)

1ª (C)

1

Espanha

C, 2º, 3º

 

 

 

 

 

2

Alemanha

C, 2º, 3º

 

 

 

 

 

3

Inglaterra

C, 2º, 3º

 

 

 

 

 

4

Itália

C, 2º

 

 

 

 

 

5

PORTUGAL

C, 2º

 

 

 

 

 

6

França

C, 2º

 

 

 

 

 

7

Rússia

C

 

 

 

 

 

8

Ucrânia

C

 

 

 

 

 

9

Bélgica

C

 

 

 

 

 

10

Holanda

C

 

 

 

 

 

11

Turquia

C

 

 

 

 

 

12

Suíça

C

 

 

 

 

 

13

Rep. Checa

 

 

 

C

 

 

14

Grécia

 

 

 

C

 

 

15

Roménia

 

 

 

C

 

 

Legenda: FG, Fase de grupos; PO, Play-off; NC, Não Campeões, C, Campeões

E a estimativa da UEFA para 2018/19*

*Exercício feito pela UEFA, que partiu da lista final de 2017/18

Esta mudança vai à partida limitar o número de países que chegam de facto à fase de grupos da Champions, admite a própria UEFA nas estimativas que fez, e que o Maisfutebol divulga agora. Até agora estavam garantidos clubes de pelo menos 17 países diferentes entre os 32 que jogam até dezembro, com as alterações esse número reduz-se para 14.

O quinto lugar, que já é quase impossível de atingir para Portugal em 2018/19, ainda manterá em aberto uma probabilidade de qualificação direta do terceiro classificado para a fase de grupos, no caso de o detentor da Liga Europa já ter assegurado a qualificação direta através do seu campeonato.

As mudanças na Liga dos Campeões prolongam-se para a Liga Europa. Também aqui, e no que diz respeito a Portugal, o quinto lugar faz diferença, uma vez que passará a ter dois representantes diretamente na fase de grupos da competição. O quinto classificado do país passa a entrar na segunda pré-eliminatória. O sexto lugar já só garante uma equipa na fase de grupos, sendo outra na 3ª pré e mais uma na 2ª, tal como o sétimo.

As grandes alterações na Liga Europa prendem-se com a possibilidade que a UEFA abriu de todos os campeões que forem eliminados nas qualificações para a Champions serem repescados para a segunda competição, voltando a entrar na corrida. A UEFA defende esta mudança com o objetivo de garantir «o máximo número de campeões e países na fase de grupos».

A lista de acesso à Liga Europa para 2018/19*:

*Exercício feito pela UEFA, que partiu da lista final de 2017/18

FC Porto a beneficiar do novo coeficiente para a distribuição financeira

O Comité Executivo da UEFA aprovou na semana passada uma série de alterações para o ciclo 2018/2021, sendo que para o ranking desportivo continuam a contar as últimas cinco épocas.

As diferenças são no coeficiente atribuído a cada clube, para o qual a UEFA definiu dois tipos, um desportivo e um financeiro. O primeiro, que interessa para efeitos de definição de cabeças de série nos sorteios, deixa de contar com 20 por cento do ranking do país, o que beneficiava clubes mais pequenos de Federações fortes.

Mas também há aqui uma nuance, segundo explica a UEFA. Os clubes têm uma garantia mínima de receber esses 20 por cento de coeficiente da sua Federação, se o seu próprio ranking for zero, ou inferior a esses tais 20 por cento.

Depois há o coeficiente para fins financeiros, que passa a entrar na distribuição das receitas das provas europeias. Esse conta com os resultados dos últimos 10 anos nas provas europeias, mas também pondera títulos conquistados, com mais peso para títulos recentes e menos para títulos antigos.

Para as últimas cinco épocas, um título na Liga dos Campeões vale 12 pontos e na Liga Europa 3 pontos. Há um segundo patamar para títulos conquistados desde 1992/93, em que o valor é de 8 pontos para uma conquista da Champions, 2 para a Liga Europa/Taça UEFA e 2 para a extinta Taça das Taças. Num terceiro nível, os troféus anteriores a 1992/93 valem 4 pontos se forem na Taça dos Campeões Europeus, um para a Taça UEFA e um para a Taça das Taças.

O FC Porto é o clube português que mais beneficia dessa ponderação, uma vez que é quem tem mais títulos continentais e mais recentes. Com estas contas, tem 16 pontos de bónus à partida (Liga dos Campeões de 2004 e Taça dos Campeões de 1987, mais Liga Europa de 2011 e Taça UEFA de 2003), enquanto o Benfica tem oito (Taças dos Campeões de 1961 e 1962) e o Sporting um, pela Taça das Taças de 1964.

O coeficiente passa a valer 30 por cento do bolo das receitas, reduzindo essencialmente o valor de «market pool», que é o valor de mercado de cada país. Na Liga Europa, no entanto, esses valores já são diferentes, contando o coeficiente apenas 15 por cento e o market pool 30 por cento.

A nova distribuição de receitas da Liga dos Campeões

Fonte: UEFA

A nova distribuição de receitas da Liga Europa

Fonte: UEFA