Ulisses Morais fez uma antevisão desassombrada do embate desta sexta-feira em Aveiro, diante do F.C. Porto. Sem valorizar muito o feito do Olhanense na semana passada, mas agradecendo a deixa, o técnico do Beira Mar, atual penúltimo classificado da Liga, deixou um aviso ao adversário:

«O campeonato, que eu conheço, muitas vezes tem esta caraterística: o morto, que não está morto, acorda de repente. E se alguns nos dão como mortos, de repente, nós estamos ai também. Parece tudo perdido, mas umas oito ou nove equipas sentem que a todo o momento tudo se pode trocar, e nós queremos é trocar o que de mal tem acontecido.»

O experiente treinador insistiu na tónica da importância daquilo que a sua equipa pode fazer em detrimento de focar, mais uma vez, aquilo de que os portistas são capazes. De nada servem os galões, se os aveirenses estiverem no máximo das suas capacidades e vice-versa.

«O nosso registo não fugiu do normal, em função do jogo anterior do Porto, mas agradecemos sempre os bons exemplos. Todos sabem que não há equipas imbatíveis. É verdade que não basta apenas acreditar e dizê-lo, é preciso também ter um conjunto de atributos e comportamentos que vão ao encontro da felicidade ou da sorte», disse, concretizando:

«independentemente do adversário, nós seremos mais ou não, dependendo de nós. O que temos preparado não será muito diferente daquilo que temos vindo a fazer em termos de organização, o problema é o momento em que não conseguimos manter essa organização.»

«Enquanto estivermos concentrados e esse desempenho for ao encontro das características dos jogadores, seja diante do primeiro ou do último, demonstramos o que somos capazes de fazer. Quando o perdemos, damos o outro lado, que não é o que pretendemos e queremos.»

Jackson não é melhor que Ghilas

Nem Jackson Martinez lhe tira o sono. «Ninguém tem dúvidas do que vale, mas serve para nós exatamente como o exemplo da equipa. Ele será mais, se nós formos menos. A nossa equipa será mais se não olharmos para o avançado da equipa que está em último lugar com receio ou dúvidas ou desleixo», disse, comparando o colombiano a... Ghilas, que «bisou» diante dos aurinegros na última jornada.



«Ele não é diferente do ponta-de-lança que encontrámos anteriormente, que estava no último lugar da classificação. Nós sabemos da qualidade deles. Poderão ser melhores se não lhe dermos a devida importância e a concentração não for em absoluto. Se não o fizermos, até o último pode ser bastante melhor do que parece.»

Perto do final, Ulisses ainda foi irónico com uma pergunta sobre se iria manter «o esquema tático conservador». «Jogar com dois centrais? Em princípio, sim. Vou conservar ali a zona central, vamos jogar com quatro homens e um quinto de caraterísticas ofensivas, portanto vamos manter algum equilíbrio nessa ideia conservadora do jogo», rematou.

Conservador ou não, o técnico só esta sexta-feira, dia do jogo, irá divulgar a lista de convocados, após um último treino, logo pela manhã. Balboa e Tonel, lesionados, falham a partida.