O treinador da Naval completa 49 anos neste sábado, dia do jogo com o Sporting, na Figueira, e, como é fácil perceber não teve dificuldades em escolher qual a melhor prenda para festejar o aniversário a preceito. «Tenho datas marcantes para mim e essa é uma. Não sou de muitas euforias em relação a isso. Se calhar, como todos acham, a melhor prenda seria ter a minha família com saúde e, naturalmente, que a Naval ganhasse o jogo», revela Ulisses Morais.
A equipa figueirense está a protagonizar uma das suas melhores épocas de sempre e ainda não perdeu em casa, onde já bateu, inclusivamente, o F.C. Porto. O objectivo é, obviamente, tentar repetir a façanha, com uma estratégia adaptada ao adversário: «São jogos diferentes, com características distintas. O Sporting tem as suas especificidades. No entanto, queremos olhar muito para nos e, ultrapassando as dificuldades, manter um registo de personalidade muito alto, sem oscilações comportamentais. Queremos ter o mesmo nível exibicional dos outros jogos, se possível até melhorar.»
Na véspera de mais um jogo grande, Ulisses adopta um discurso pragmático mas ambicioso: «O espírito tem de ser ganhador mas teremos de fazer uma gestão equilibrada dos vários momentos do jogo. A nossa primeira responsabilidade e preocupação será olhar o encontro de frente, com a convicção de que é possível - se acreditarmos, naturalmente - fazer golos e ganhar o jogo, em vez de achar que não os fazendo e talvez não os sofrendo poderemos tirar algum partido dai. Não é essa a fórmula que conduz o nosso trabalho. Se o jogo não for tão capaz da nossa parte e o adversário for mais forte, pode dar essa sensação mas não me parece que possamos estar virados para qualquer travagem ou bloqueio desse género.»
A ocasião é aproveitada também para aliviar a pressão dos jogadores, quase como se a partida fosse outra qualquer: «Espero naturalmente as dificuldades inerentes a um jogo com um clube grande, com a qualidade e condições do Sporting. Não é diferente de ter jogado com o Benfica ou com o F.C. Porto. Mas também não é diferente de jogar com a grande maioria das outras equipas. Vamos sentir essas dificuldades mas é graças a elas que nós vamos também crescendo.»
Naval já não surpreende
Apesar do bom comportamento entre portas, o treinador navalista não considera que o
factor casa venha a ser determinante nesta partida: «Não é suficiente para nos garantir qualquer tipo de percentagem aditiva em relação às probabilidades de vitória. Mas claro que gostamos muito de jogar perante os nossos adeptos e porque, provavelmente, o adversário pode encontrar mais dificuldades nessas circunstâncias.»
Se o facto de jogar em casa poderá não trazer vantagens à Naval, o factor surpresa também já lá vai, de acordo com Ulisses Morais: «As equipas actualmente conhecem-se cada vez melhor e todas têm motivos a ter em atenção. Destaco algumas mais modestas, como a Naval, e estou a lembrar-me de outras que têm conseguido resultados de alguma forma surpreendentes para quem anda distraído, como o Leixões ou o Rio Ave. Cada vez mais os adversários estão atentos, conhecem melhor a capacidade e competitividade das equipas menores.»