O Arsenal é uma das equipas mais entusiasmantes do momento. Líder da Premier League, a formação orientada por Arsene Wenger apresenta um futebol fantástico, muito por culpa de jogadores como Ramsey, Wilshere, Flamini e Ozil. O alemão trouxe magia, o francês consistência, o inglês ganha espaço com a sua criatividade e o galês é nos dias de hoje um dos jogadores mais influentes na equipa.

Os londrinos enfrentam, esta terça-feira, um dos mais sérios testes deste início de época, defrontando a segunda melhor equipa da época passada. O Borussia Dortmund ainda não atingiu o nível de há uns meses, mas constitui um difícil obstáculo para qualquer adversário, apresentando-se mesmo como o potencial antídoto à fantasia apresentada por Ozil e companhia. O técnico Jurgen Klopp, que vai cumprir castigo e por isso vai ver o jogo na bancada, já avisou que este Arsenal muito em breve poderá estar de regresso às finais europeias e o médio alemão contratado ao Real Madrid será um dos responsáveis por essa campanha fantástica.

«São líderes de uma das ligas mais importantes do mundo. Há dois ou três meses toda a gente dizia que o Arsenal tinha de gastar 100 milhões de euros, mas depois foram buscar Flamini a custo zero, o que foi uma boa ideia, e depois Mesut. Faltava um jogador a esta equipa e parece que o encontrarem em Ozil», disse Klopp na conferência de imprensa de antecipação do embate que tem lugar no Estádio Emirates.

Ozil sabe o que é perder com o Borussia Dortmund. Não só porque já defrontou os alemães muitas vezes quando jogava no Werder Bremen, mas também ao serviço do Real Madrid teve de sofrer. Só na época passada teve de jogar quatro vezes com a equipa de Klopp e só venceu numa ocasião, mas nem isso serviu de alguma coisa pois foi eliminado da Liga dos Campeões. Foi sempre titular, perdeu em duas vezes, empatou uma e venceu outra, tendo apontado um golo de livre no Santiago Bernabéu ao minuto 89 (2-2), no jogo da fase de grupos que garantiu o apuramento aos merengues. O mais duro, porém, foi o embate na meia-final, com uma goleada em Dortmund (4-1) e triunfo pífio em casa (2-0), que afastou a equipa então orientada por José Mourinho.

Jogo aberto

O Arsenal surge neste encontro muito motivado pela vitória por 4-1 sobre o Norwich e um grande golo de Wilshere que fez toda a gente falar em «tiki-taka» londrino. Foi a 11ª vitória dos gunners em todas as competições desde que perderam o primeiro jogo, com o Aston Villa, no arranque da temporada. A equipa melhorou muito e parece imparável, inclusivamente na Liga dos Campeões, onde venceu os dois desafios disputados, com Marselha e Nápoles.

«Temos espaço para melhorar. Estar na posição em que estamos e no momento que atravessamos, saber que ainda podemos melhorar só traz boas sensações. O fator bem-estar está entranhado nesta equipa, com espírito solidário entre os jogadores e um desejo de fazer tudo bem. Sabemos que somos uma equipa que aparenta ser bem sucedida, mas para que isso aconteça mesmo temos de ter uma fome especial e acredito que estes jogadores têm essa fome especial», adverte Arsene Wenger, claramente motivado com o atual momento da equipa.

O técnico francês não tem receio do que o Borussia possa fazer a Ozil. «As equipas alemãs gostam de jogar, jogam com uma atitude positiva e, para além disso, têm vindo a produzir muito bons jogadores ultimamente. Não se escondem, nós também não nos escondemos, por isso acho que vai ser um jogo excitante». Wenger sabe do que fala, pois conta com quatro atletas alemães no seu plantel: Mertesacker, Ozil, Gnabry e Podolski.

Para o embate desta terça-feira os londrinos não vão poder contar com o médio Mathieu Flamini, devido a lesão contraída com o Norwich, para além do avançado Theo Walcott, também por problemas físicos.

Novos desafios

O Arsenal está mais forte e o Dortmund parece igualmente consistente, contando ainda com os importantes reforços Sahin, Henrikh Mkhitaryan e Aubameyang. Este último é mesmo uma das revelações da Bundesliga, tendo apontado cinco golos e apresentado uma velocidade estonteante nas alas. Em tempos chegou a comparar os seus tempos de sprint a Usain Bolt… Curiosamente, tanto Aubameyang e Sahin foram apontados ao Arsenal no Verão, mas acabaram por ir para a Alemanha.

E se há ausências do lado inglês, também o Dortmund não vai poder contar com jogadores importantes, como Sebastian Kehl, Ilkay Gündogan e Lukasz Piszczek, que estão lesionados. Apesar das ausências, será este um dos mais importantes desafios à equipa de Wenger, que entra num mês altamente exigente: para além de ter de jogar duas vezes num curto espaço de tempo com o Borussia, ainda vai ter de defrontar o Chelsea, Liverpool, Manchester United e Southampton. Um calendário absolutamente incrível até 23 de novembro.