O futebol português também tem as suas histórias com apanha-bolas. Quando se jogou o FC Porto-Sporting de 1975/76, creio que eu ainda nem um pensamento era. Nesse dia de Outubro, e debaixo de intenso nevoeiro, José Maria Ferreira de Matos entrou no relvado e marcou um golo aos leões, no clássico nas Antas. Curiosamente, como nesta história que nos chega do Brasil, em que um «gandula» evitou um golo, os efeitos foram quase nulos, porque o Sporting venceu mesmo os dragões, por 3-2.

Mas este vídeo vindo do estadual sergipano levou-me a um jogo da III divisão, a que assisti há mais de dez anos. Em 2001, no municipal de Oliveira de Frades, distrito de Viseu. A minha memória dizia-me que o jogo tinha sido com o Oliveira do Hospital, mas uma pesquisa rápida deu-me o Sourense como adversário. Pormenores...

O GDOF jogava em casa, estava aflito e precisava de vencer. O resultado estava em 1-0. O guarda-redes de O. Frades sai da baliza e pontapeia a bola. Só que esta sobra para um adversário que, do meio-campo, faz um chapéu enorme. Na bancada, todos seguimos a trajetória da bola. E depois abrimos os olhos e a boca de espanto. Um suplente do GDOF estava a aquecer junto à baliza, entrou em campo e, num golpe de cabeça, evitou um empate que teria dissabores enormes.

O Miguel, o tal suplente, acabou por ser expulso. Saiu de campo ovacionado pelos adeptos da casa e de lágrimas nos olhos. O GDOF venceu. O Miguel foi suspenso por três jogos.

O «gandula» do Guarany-Sergipe fugiu do estádio.

Já o Miguel fugiu deste mundo e foi viver para a Austrália.