Os «jogos mentais». Mourinho usa a imagem e a comunicação como arma sempre que pode sair em vantagem sobre um adversário. Estes mind games não começaram em Inglaterra, embora os britânicos tivessem sentido algumas dificuldades de adaptação ao português, quando o processo até devia ter sido ao contrário.
Ainda em Portugal, o treinador tinha mais certezas do que dúvidas sobre a superioridade da sua equipa. «Em condições normais vamos ser campeões! E em condições anormais... também vamos ser campeões», foi uma frase que ficou célebre quando ainda treinava o F.C. Porto. Os resultados reforçam a segurança, uma caminhada imperturbável rumo ao sucesso, que se pode perceber melhor se tivermos em atenção a sua própria definição de pressão.
É claro que esta atitude a roçar a arrogância lhe garante muitos «inimigos» e antipatia. Mourinho é a cara e o corpo inteiro de a equipa, mesmo de uma grande como o Chelsea, e é invariavelmente o objecto das críticas/insultos dos adversários. «Mourinho are you listening?/Will you keep the trophy glistening/We'll be back in May/To take it away/Walking in a Fergie wonderland» («Mourinho, estás a ouvir?/Vais manter o troféu a brilhar/Vamos estar de volta em Maio/Para levá-lo de volta/E caminhar no País das Maravilhas de Alex Ferguson») foi um cântico dedicado totalmente ao Special One pelos adeptos do Manchester United.
Os jogadores, esses, passam à margem de tudo. E podem fazer o que melhor sabem: jogar e ganhar. Até porque se algo correr mal sabem que Mourinho virá em sua defesa. Como na brutal lesão de Petr Cech frente ao Reading. O treinador não tem medo de dizer o que pensa, muitas vezes arriscando multas pesadas e ainda mais polémica em torno de si.
É claro que treinar uma das melhores equipas do mundo traz consigo uma enorme pressão, que funciona como catalizador para muitas explosões no branco. É verdade que é um grande golo de Didier Drogba, mas será que não significa para o português algo mais do que três pontos.