Luís Norton de Matos, treinador do União da Madeira, em declarações na sala de imprensa do Estádio da Luz após a derrota com o Benfica por 2-0:

[golo madrugador estragou planos?]

«Entrámos com uma estratégia cautelosa no sentido da organização defensiva. Nestas últimas semanas o Benfica tem sido uma equipa demolidora, à exceção do jogo com o FC Porto. Tem sido goleadas em casa e fora. Queríamos retardar o golo ao máximo e tentar o golo numa saída rápida.»

[depois do golo sofrido]

«A equipa não perdeu a parte emocional. Não se deixou afetar pelo golo. O Benfica teve mais bolas, mais ocasiões. É muito difícil travar o jogo interior do Benfica. Fruto do trabalho de Rui Vitória mas alicerçado em muitas coisas que vêm de trás.

O nosso guarda-redes esteve em bom plano. O Benfica acaba por marcar na sequência de bolas palavras. Lances que no início estão controlados por nós. No primeiro uma falta desnecessária e ansiedade no segundo.

Este é outro campeonato. Não podíamos ter veleidades de pensar que vínhamos cá pontuar. Ninguém o tem feito. Jogámos pela primeira vez no estádio de um dos grandes. Foi um bom teste para aquilo que se avizinha num objetivo único que o União tem e que é a manutenção.»

[sobre se o adiamento do jogo condicionou o desempenho do União]

«Ainda sou do tempo dos jogos ao domingo à tarde e foi uma pena que não tivéssemos jogado ontem. Mas não é uma desculpa. Dormimos o que tínhamos de dormir, fizemos as nossas refeições. Não teve qualquer influência.»

[o que faltou ao União da Madeira para conseguir outro resultado?]

«Em Inglaterra uma equipa como o União da Madeira tem 40 milhões para comprar um jogador. O Benfica, em condições normais, tem sempre 95, 97, 99 por cento de possibilidades de ganhar o jogo. Temos de nos agarrar à pequena hipótese que temos. O Marítimo perdeu aqui por 6-0, o Belenenses por 6-0…

Tenho de dar os parabéns aos jogadores do União. O Benfica tem uma máquina a jogar. Uma série de automatismos que são difíceis de anular. Como se anula a genialidade de o Salvio ou de um Gaitán?

Faltou-nos ter bola com alguma qualidade mas é difícil pelo pressing que os jogadores do Benfica fazem. Mas conseguimos dois ou três lances que podiam dar golo com outra definição ou tranquilidade. Em termos de pontuação é igual, mas em termos de imagem não é igual perder por 2-0 ou por 6-0.»