O União da Madeira alega que tem tanto direito ao uso do estádio dos Barreiros como o Marítimo nos jogos da Liga e acusou o ex-presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, ter ter criado um problema.

«Alberto João Jardim, desde o ano de 2007, era perfeito conhecedor de que o C.F. União sempre utilizou o Estádio dos Barreiros, desde a sua fundação», pode ler-se no comunicado distribuído pelo União, que sublinha ainda não ter recebido do erário público «o que os outros receberam para também poder construir o seu estádio.»

«Em 23 de outubro de 2007, o senhor secretário regional de Educação e Cultura remeteu uma exposição ao Dr. Alberto João Jardim, alertando para a situação em que ficava, do ponto de vista das instalações desportivas, face à decisão do Governo Regional na cedência definitiva e a título gratuito do Estádio dos Barreiros ao Marítimo, infraestrutura também utilizada pelo Clube de Futebol União para jogos oficiais de competição nacional», acrescenta o mesmo comunicado.

No passado domingo, após a confirmação do adiamento da partida entre o União da Madeira e o Benfica, o presidente dos União da Madeira, Filipe Silva, falou que considera terem sido «atos tresloucados que se fizeram no passado», nomeadamente aquilo que diz ter sido a cedência de mão beijada dos Barreiros ao Marítimo. «Um bem público que passou a privado», lê-se.

O ex-presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, defendeu-se na sua página do Facebook, referindo que o governo por si liderado «não deu o Estádio dos Barreiros ao Marítimo», mas que o cedeu por razões económicas e de equidade: «Para poupar nas contas públicas, cumpriu o seu compromisso de tratar igual os dois clubes na primeira divisão de futebol, tanto quanto aproximadamente possível e na legalidade comprovada», disse.

Alberto João Jardim considera que o União da Madeira não pode exigir tratamento igual ao de clubes como Nacional e Marítimo, até porque esteve durante muitos anos afastado do principal escalão do futebol nacional e diz que aquele clube está a ser «instrumentalizado para fins desatinados».