O Bnei Sakhnin, o único clube árabe na primeira liga de Israel, não conseguiu evitar a despromoção para o segundo escalão este sábado com uma derrota diante do Maccabi Petah Tikva, depois de uma época para esquecer, com apenas cinco vitórias em 31 jogos.
O clube que ergueu a bandeira da minoria árabe na liga israelita ficou agora a uns intransponíveis sete pontos da linha-de-água quando faltam apenas duas jornadas para o final, e com o destino traçado depois de três anos consecutivos no principal escalão.
O Sakhin foi o terceiro clube árabe a jogar na I Divisão israelita depois do Hapoel Taiba, em 1993/94, e do Ahi Nazaré, promovido com o Sakhin em 2003. No entanto, estes dois clubes estiveram apenas uma temporada no principal escalão.
Desde então, o Sakhin tem sido o único representante da minoria árabe israelita que se diz alvo de descriminação por parte do Estado que acusa de não oferecer os mesmos fundos para as suas cidades numa comparação com a maioria judia. Os governantes israelitas recusam a existência de uma política de descriminação e recorda que a minoria árabe está representada por deputados no parlamento israelita.
O Sakhin chegou a ser o símbolo máximo do orgulho dos cerca de 1,1 milhão de árabes israelitas, cerca de vinte por cento da população de Israel, quando venceram a Taça em 2004. Uma vitória que lhes permitiu ser o primeiro clube árabe a participar nas competições europeias, embora tenham sido eliminados na primeira eliminatória da Taça UEFA pelos ingleses do Newcastle.
Os árabes israelitas são descendentes das famílias que ficaram em Israel, enquanto centenas de milhares fugiram para os países vizinhos, no decorrer da guerra de 1948 que resultou na fundação do Estado judaico.