O árbitro suíço Urs Meier considerou que a crescente violência contra os juízes de futebol «ainda causará uma morte» e apoiou a decisão do sueco Anders Frisk de se demitir, em declarações ao jornal alemão «Die Welt», publicadas nesta sexta-feira.
Recorde-se que Meier recebeu ameaças após a eliminação da Inglaterra por Portugal, nos quartos-de-final do Euro2004, pelo que tem autoridade para considerar que o que se passou com Frisk foi mais grave, pois as ameaças incluíram a família: «Até agora, a coisa tinha-se ficado pelas ameaças de morte. No caso de Frisk, ao contrário do meu, foram contra toda a sua família. Algum dia haverá um morto».
O exemplo de Itália poderia servir para o resto da Europa, uma vez que prevê «sanções pesadas» contra quem provoque este tipo de situações, sendo que «treinadores e jogadores mordem a língua antes de criticarem a actuação dos árbitros em público». Caso contrário, poderão ter de pagar «até 60 mil euros de multa».
Outra diferença em relação ao seu caso é que desta vez foi um técnico e não a imprensa a fomentar o caso. «A campanha não foi iniciada pelos meios de comunicação social, mas por um treinador», avisa.
Lars-Christer Olsson, director-executivo da UEFA, também se pronunciou sobre a situação, pedindo responsabilidades à «comunidade do futebol» e anunciando sanções: «Sobre a retirada de Anders Frisk por ter recebido ameaças, gostava de pedir aos clubes, treinadores e jogadores que sejam responsáveis, para proteger as nossas competições e o desporto em si, e meditem bem nos seus actos e comentários. É necessário actuar com responsabilidade, tanto dentro como fora dos terrenos de jogo, e a UEFA não vacilará na hora de tomar medidas contra quem, com os seus actos ou palavras, desacreditem o desporto e quem trabalha nele».