Tal como há quatro anos, a Alemanha fecha o pódio. Triunfo difícil face à combativa formação uruguaia, mas justa, atendendo ao volume de oportunidades criadas de parte a parte. O 3-2 final manteve a tradição: muitos golos, num jogo aberto. Tem sido quase sempre sim neste, muito criticado, jogo de atribuição do terceiro lugar do Mundial.

A Alemanha entrou em campo sem Neuer, sem Lahm, sem Podolski,mas, acima de tudo, sem Klose. Um dos, poucos, motivos de interesse deste jogo poderia ser a tentativa do alemão superar o brasileiro Ronaldo como melhor marcador de sempre em Mundiais. Uma lesão impediu-o de dar o seu contributo à equipa e o recorde continuará a ser do «fenómeno» pelo menos durante mais quatro anos.

A diferença na forma de encarar o jogo foi notória em várias partes do mesmo. Para os germânicos, a partida foi sempre uma mera consolação para quem esteve às portas da final. Para o Uruguai, o encontro foi uma final. A entrega ao jogo que marcou a participação sul-americana neste Mundial esteve presente a cada toque na bola. Os homens de Tabarez queriam continuar a surpreender o mundo.

Apesar disso, marcou primeiro a Alemanha. Schweinsteiger, como há quatro anos fez com Portugal, disparou forte de fora da área. Muslera não segurou e Muller aproveitou para se colar a Villa e Sneijder na frente dos melhores marcadores. Mas o trio não ficaria sozinho por muito tempo...

Antes disso, e ainda na primeira parte, Cavani concluiu com classe um contra-ataque rápido do Uruguai e deu um empate que se aceitava ao intervalo.

Sonho uruguaio esbarra na trave

No segundo tempo foi a vez de Forlán fazer o seu quinto golo no Mundial. E que golo! Cruzamento de Arevalo Ríos na direita e pontapé em tesoura do avançado do Atlético de Madrid. A bola bate no relvado e entra na baliza perante um Butt sem reacção. Isto, aos 51 minutos.

Passaram cinco e a Alemanha empatou. Muslera fica muito mal na fotografia, depois de falhar a intercepção ao cruzamento de Boateng, na direita. Jansen limitou-se a encostar de cabeça.

Mas o maior balde de água fria para o Uruguai ainda estava para vir. Um canto e uma sucessão de ressaltos, com um mau corte de Lugano pelo meio, levaram a bola até à cabeça de Khedira que bateu Muslera pela terceira vez. Acabou por ser o golpe final na combativa equipa uruguaia que caiu de pé no Mundial.

Não bastasse o sofrimento com o Gana e a resposta dada à Holanda, a «celeste» deixa uma última imagem que é a síntese perfeita da sua participação no torneio: entrega e crença. O livre que Forlán atirou à trave foi o canto do cisne da equipa sensação do Mundial.

A terminar, um sublinhado para os mais crentes: algures no aquário de Oberhausen há um molusco feliz por continuar a adivinhar...