O V. Guimarães contornou todas as expectativas e venceu o Feirense em casa, no fim de um jogo que trouxe um balão de oxigénio. Diz-se que contrariou as expectativas porque ninguém que tenha visto como deve ser a primeira parte podia imaginar que fosse possível dar uma curva tão grande no destino.

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A primeira parte do V. Guimarães foi demasiado má. Horrível, aliás. Talvez por isso, diz quem viu, o presidente Emílio Macedo abandonou o D. Afonso Henriques ao intervalo. O que significa que perdeu a melhor parte: na segunda parte o Vitória surgiu completamente diferente e justificou o triunfo.

Ora tudo isto só serve para confirmar as piores notícias: este V. Guimarães vive no fio da navalha, num clima de instabilidade enorme. A inquietação é tão grande que o Vitória é capaz do melhor e do pior: é capaz de deixar o Feirense parecer um grande e é capaz logo a seguir de dominar até vencer.

Os adeptos, esses, acabaram por abandonar o estádio de sorriso nos lábios, mais felizes, mas provavelmente sem esquecer a pior primeira parte da época. E o que ela significa: o Feirense entrou personalizado, comandou o jogo e trocou a bola no meio-campo adversário. Vulgarizou o V. Guimarães.

Edgar,a estrela que iluminou Toscano

Diogo Rosado, por duas vezes, uma das quais defendida em esforço por Nilson, e Buval, num remate na cara do mesmo Nilson, ameaçaram marcar. O Vitória saiu para o intervalo sem ter feito nada. Debaixo de um coro de assobios assustador, de quem achava aquilo (naturalmente) mau de mais.

Ora por isso aquele jogo não ameaçava nada de bom, mas este V. Guimarães é capaz de tudo. Entrou completamente diferente na segunda parte, pressionou o adversário e não se limitou a defender, teve velocidade, teve apoios, teve mais sangue nas veias e criou ocasiões em vinte minutos para golear.

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Marcelo Toscano, após passe de Edgar, fez o único golo, mas o próprio Edgar por três vezes ficou perto de marcar: atirou à trave e proporcionou duas excelentes defesas a Paulo Lopes. Mais tarde, o guarda-redes do Feirense parou ainda uma bola cabeceada por João Paulo. O Vitória era enfim Vitória.

É certo que tudo isso que passou alguns sustos, sobretudo nos minutos finais e quando Buval desviou a rasar o poste. Mas é normal numa equipa que precisava demasiado da vitória. Conseguiu-a, claro, e subiu ao sétimo lugar. Mas acima de tudo colocou água na fervura da instabilidade.