A Figura: Wilson Eduardo

Diabo à solta no ataque olhanense. Sétimo golo na Liga e em grande estilo. Cruzamento da direita, pontapé acrobático e Nilson batido sem apelo nem agravo. Instantes antes, colocara com a cabeça a bola nos pés de Dady para o primeiro golo dos algarvios. Rápido, perturbador, não para um segundo. O Sporting tem aqui um valor a aproveitar sem reservas no futuro

O Momento: Wilson Eduardo trepa o castelo

Num minuto o Olhanense recuperou uma desvantagem de dois golos. O 2-2 chegou através de um pontapé fantástico de Wilson Eduardo e arrasou tudo o que o Vitória construíra no primeiro tempo.

A Desilusão: Marcelo Toscano

Se alguém conhecer o seu paradeiro, é favor contatar. Desaparecido do princípio ao fim, sem avisar ninguém. A sua equipa bem aguardou pelo talento de Toscano. Debalde. Não deu um chuto, não fez um cruzamento, não saiu do anonimato. Para um jogador desta qualidade não é admissível tamanho apagão.

A Crónica do Jogo

Outros destaques

Rodrigo Defendi

Primeiro golo ao serviço do Vitória. Movimentação irrepreensível e golpe de cabeça perfeito a responder a um canto de João Alves. Central interessante, extremamente tranquilo e avesso a lances de potencial risco. Chegou em Junho e apenas em Janeiro começou a ser opção. Estranha, muito estranha, esta espera de seis meses. Defendi tem pinta de bom jogador e um excelente pé esquerdo também. Um reparo: perdeu na luta com Wilson Eduardo, pelo ar, antes do primeiro golo do Olhanense. Passou pelos juniores do Tottenham, jogou em Itália com as camisolas da Roma e da Udinese, voltou ao Brasil e reconquista a Europa na Cidade-Berço. Este projeto é mais à sua medida.

Urreta

Cabelo rapado, máquina zero, olhar furioso, um jogador revoltado. As lesões têm-no atormentado, adiado a afirmação e criado uma sensação de privação a este uruguaio. Mas aí está ele, a reagir ao infortúnio com um «new look» e o futebol que cativou em tempos os responsáveis do Benfica. Um golo pleno de oportunidade, uma assistência brilhante e desperdiçada por João Alves, muitas arrancadas a deixarem Vítor Vinha de cabeça à roda.

Ismaily

Primeiro médio, depois lateral, o mesmo rendimento irrepreensível. O melhor dos algarvios. Bons pés, verticalidade, capacidade de mudar o ritmo e importunar as linhas contrárias. Belo pontapé logo a começar a partida, duas saídas pela esquerda a deixar Alex nas covas e a cruzar com perigo. Aos 22 anos está preparado para outras aventuras. Mais ambiciosas, naturalmente.

João Alves

Nova juventude, forças resgatadas, sorriso de capitão. Belo jogo, a orquestrar a posse de bola do Vitória, a ganhar vários duelos e a entregar com o critério dos simplistas. Devia ter feito golo em cima do intervalo. O passe de Urreta prometia mundos e fundos, João Alves meteu o pé com demasiada fúria e a bola morreu na bancada superior.

Dady

Confiança nos níveis máximos: terceiro jogo consecutivo a marcar. Aproveitou o passe de Wilson Eduardo com a cabeça, superou N¿Diaye em velocidade e desviou a bola com primor à saída de Nilson. É isto que se exige a um ponta-de-lança, é isto que Dady está preparado para dar ao Olhanense.